Você faz idéia de que um jogador de futebol hoje escolha um clube por causa da sua estrutura de fisioterapia e preparação física ou mesmo por causa do fisioterapueta que lá está? Se acha exagero, leia esta declaração do diretor de futebol do Palmeiras, Savério Orlandi, na época da contratação do fisioterapeuta Nilton Petroni, o Filé, em dezembro de 2007. ''A presença de Filé na nossa comissão técnica pode ser um trunfo na hora de contratarmos reforços''.
Foi isso o que Filé fez questão de frisar, sem modéstia, ontem à tarde, quando esteve em visita à FOLHA para divulgar a 1 Jornada Paranaense de Fisioterapia Esportiva, que acontece hoje e amanhã, no Hotel Londristar, em Londrina. Durante o evento, também haverá exames de titulação para especialista em fisioterapia esportiva.
''Diante de tantas promessas que os clubes fazem, o jogador quer hoje uma equipe que tenha estrutura profissional, que pague em dia, que dê todas as condições de trabalhar e onde ele veja chance de ser campeão, não importa o salário que receba'', disse Filé, citando como exemplos São Paulo, Cruzeiro e Palmeiras (onde trabalha atualmente). Estes clubes e mais Atlético-PR, Santos, Atlético-MG e Corinthians são citados por ele como os que têm melhor estrutura de prevenção e recuperação física no Brasil. Neste quesito, segundo Filé, ''todos os (clubes) cariocas são um zero à esquerda''.
Este é o motivo pelo qual atletas que normalmente estão em péssima fase física ou técnica no exterior, ou que estão sofrendo com lesões, voltam para o Brasil para fazer sua recuperação no São Paulo (que ficou famoso pelo seu Reffis), no Santos (com o Cepraf) e mais recentemente no Palmeiras, aponta Filé. ''No São Paulo não dá nem para relacionar os casos. No Santos teve o Pedrinho e outros que recuperamos, no Palmeiras o Denílson, o Élder Granja e o Marcos. E este ano recebi o Roberto Carlos e o Emerson, que vieram aqui se tratar de lesão por estresse'', relacionou.
A procura dos atletas pelos serviços do famoso fisioterapeuta, que recuperou Romário para a Copa de 90 e Ronaldo para a Copa de 2002, são consequência dos resultados que ele obteve numa época em que não se valorizava tanto a fisioterapia. ''Em 1990 adotamos técnicas para acelerar a recuperação do Romário, que seria de 6 meses após rompimento de ligamento no tornozelo, mas conseguimos em 65 dias'', exemplificou.