"Não me entrego", afirmou o treinador palmeirense durante entrevista coletiva, após protesto da Mancha Verde
"Não me entrego", afirmou o treinador palmeirense durante entrevista coletiva, após protesto da Mancha Verde | Foto: Cesar Greco/Agência Palmeiras/Divulgação



São Paulo - O técnico Cuca alterou a rotina do Palmeiras na terça-feira (22) e pediu para dar entrevista coletiva. O motivo da decisão do técnico foi um manifesto da principal torcida organizada do clube, a Mancha Alviverde, que pediu a saída dele. Em mais de 40 minutos de conversa com os jornalistas, o treinador reiterou que não sai do comando do time e defendeu o presidente do clube, Mauricio Galiotte, e o diretor de futebol palmeirense, Alexandre Mattos, que também estão sob pressão.

O clube havia designado anteriormente uma entrevista coletiva do lateral-direito Jean, que foi substituída para que o treinador pudesse dar explicações sobre o momento conturbado vivido pelo time depois da derrota por 2 a 0, sofrida no último domingo (20), para a Chapecoense, em casa. "Foi por isso que vim aqui hoje (terça-feira). Em um momento desse, é ruim deixar um jogador vir aqui hoje para responder certas perguntas que ele nem vai ter o que falar", disse Cuca. "Tenho certeza de que vamos reverter (a fase complicada) juntos. Já fiz mais de mil jogos como treinador, passei por turbulências muito piores e não me entrego", completou.

Cuca vive pressionado desde as eliminações nas últimas semanas na Copa do Brasil, diante do Cruzeiro, e na Copa Libertadores, para o Barcelona, do Equador. Os resultados ruins, junto com tropeços no Campeonato Brasileiro, deixam o clube com poucas chances de título na temporada. A oportunidade está restrita ao Brasileirão, competição em que o Corinthians lidera com folga - tem 14 pontos a menos.

"Quando acontece momento de crise, a situação te deixa muito exposto. Mas falei para os jogadores: hoje estamos vivendo um lado ruim, mas só nós mesmos podemos passar para o lado bom. Estamos em quarto lugar e, com uma arrancada, podemos ir além", disse Cuca. O contrato do técnico, que retornou em maio, vai até 2018. Segundo ele, não existe multa rescisória para o caso de demissão.

O treinador afirmou que apoia o trabalho de Maurício Galiotte e Alexandre Mattos e considera injustas as críticas sobre os dois. "Muita gente ouve falar que a culpa é do dirigente porque ele contratou errado, isto ou aquilo, algumas coisas até perigosas de falar, colocando em xeque a honestidade do Alexandre Mattos, que é íntegro, que só faz o bem para os clubes que passa", comentou Cuca. O diretor de futebol também foi alvo de protestos da organizada.

"Antes eu era tido como segundo melhor treinador do País, hoje talvez seja o segundo pior. Mas sou o mesmo balançando a bandeira no trio elétrico (na comemoração do título nacional do) ano passado", afirmou.