Curitiba - Torcedores de diferentes clubes de futebol se reuniram na noite desta quarta-feira (7) no Couto Pereira, em Curitiba, para prestar uma última homenagem à Chapecoense. A cerimônia começou às 20h30, quando as arquibancadas já estavam lotadas, com público de mais de 20 mil. Gritos como "é campeão" e "vamos, vamos Chape" ecoavam de todos os cantos. Apesar da entrada ter sido liberada, os portões precisaram ser fechados.

Imagem ilustrativa da imagem Homenagem à Chape reúne mais de 20 mil no Couto
| Foto: Fotos: Mariana Franco Ramos



O pastor Antônio Jairo Porto Alegre e o padre João Maria comandaram a cerimônia, após a execução do Hino Nacional. No final, todos fizeram um minuto de silêncio. O ato terminou pouco depois das 21h45, horário em que a equipe catarinense disputaria a segunda partida da final da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional, da Colômbia, no mesmo estádio. Crianças vestidas com os uniformes dos dois times entraram em campo segurando velas. As luzes foram apagadas e o árbitro então simbolicamente apitou o que seria o início do jogo.

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O evento foi um tributo às 71 vítimas do acidente aéreo envolvendo a delegação da Chape, na terça-feira da semana passada. O que mais chamou a atenção foi a presença, lado a lado, de pessoas com camisas de vários escudos e cores. Entre elas estavam os presidentes do Coritiba, Rogério Bacellar, e do Atlético-PR, Sallim Emed, além do presidente do Conselho Consultivo do Paraná Clube, Benedito Barbosa.

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"Perdemos guerreiros, jogadores que jogaram com amor à camisa. Dignificaram os nomes do Brasil, de Santa Catarina, mas trouxeram a paz, a alegria e a integração entre os povos", disse Bacellar. "Não dá para apenas na tragédia a gente se unir. Esse é o exemplo que tem de ficar", completou Emed, que inclusive se vestiu de verde, cor do rival. "Isso mostra a capacidade do povo brasileiro e, em especial, do curitibano de afastar todas as suas diferenças", opinou Barbosa.

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O Couto seria o palco da decisão por escolha da Chapecoense. O Coritiba informou que torcidas de todos os times estavam convidadas. Foi vetada apenas a utilização de uniformes de organizadas. No canto esquerdo, ao lado das tradicionais bandeiras, foram estendidos cartazes em alusão ao "Furacão do Oeste" e as faixas "Somos todos Chape" e "Hoje o futebol não tem cor, não tem camisa, não tem hino".

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"É muita emoção ainda, porque foi uma coisa que ninguém esperava. A gente tem muita tristeza no coração e o que nos resta é homenagear", afirmou a enfermeira Rosângela Pinto, que assim como o marido é paranista. Para o estudante Willian Stopa, torcedor do Flamengo, todos devem ficar juntos, numa só voz. "A Chape é um grande time, que mostrou que futebol não é só dentro de campo. É fora também. Estamos homenageando grandes personagens".



Algumas das vítimas do acidente fizeram história no futebol paranaense, como o goleiro Danilo (com passagem de destaque pelo Londrina), o lateral-esquerdo Dener, os volantes Gil, Sérgio Manoel (ex-Coritiba) e Cleber Santana (ex-Atlético-PR), além dos técnicos Mário Sérgio (ex-Atlético-PR) e Caio Júnior (ex-Paraná Clube). Estavam no avião, ainda, o atacante Lucas Gomes (ex-Londrina), o preparador de goleiros Anderson Boião (ex-goleiro do Paranavaí), o lateral-direito Gimenez, o zagueiro Marcelo e os atacantes Ailton Canela e Thiaguinho (ex-Cianorte).