Londres - Uma dura decisão dos árbitros causou, ontem, a eliminação da brasileira Rafaela Silva da categoria até 57kg do judô olímpico. A atleta de 20 anos, cria de Flávio Canto no Instituto Reação, foi desclassificada depois de dar um golpe na húngara Hedvig Karakas atacando as pernas da rival, o que é proibido.
A nova regra, que desclassifica o judoca que atacar diretamente a perna do rival, vale desde o fim de 2009, quando a Federação Internacional de Judô (FIJ) decidiu barrar o golpe, que vinha causando o favorecimento ao judô do leste europeu em detrimento àquele tradicional, praticado nos países asiáticos. Agora, os judocas só podem usar essa técnica em três oportunidades: quando sofrem o ataque primeiro, quando o adversário usa a pegada invertida ou quando a pegada na perna vem no transcorrer de um outro golpe.
Na luta contra a húngara, 13. do ranking olímpico, Rafaela Silva vinha tendo dificuldades em acertar um golpe. A dois minutos do fim, conseguiu derrubar a rival, pontuando com um wazari. Logo em seguida, porém, os árbitros analisaram o golpe no vídeo e viram que a brasileira, no meio do movimento de derrubada, trançou seu braço atrás da perna da húngara. E isso é ilegal no judô.
Rafaela Silva só conseguiu sair do local da luta amparada pela técnica Rosicléia Campos. A judoca não quis conceder entrevistas ao se dirigir para o vestiário e passou pelos repórteres soluçando.
Mais tarde, com mais calma, Rafaela Silva reconheceu que cometeu o erro na luta diante da húngara que a desclassificou. ''Achei que já era o momento certo de aplicar o golpe e acabei errando'', disse a judoca, referindo-se à técnica do kata otoshi. ''O que dói mais é saber que ela saiu da disputa por erro dela e não por superioridade do adversário'', afirmou o diretor técnico Ney Wilson.
Ainda ontem, Bruno Mendonça, da categoria leve, também foi eliminado nas oitavas de final ao perder para o holandês Dex Elmont.