Mãos e braços dados em busca de um único objetivo. Em um esporte emblemático pela arte dos pés, as mãos, os braços e um coral de 17 mil vozes foram os grandes protagonistas do segundo título nacional do Londrina Esporte Clube, conquistado de forma invicta após o drama das penalidades contra o Atlético-MG. Se o futuro da Copa da Primeira Liga ainda é incerto, o destino da taça de 20 quilos já é conhecido.

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Depois de levar o Londrina para a decisão do torneio ao defender três cobranças de pênaltis na semifinal contra o Cruzeiro, as mãos do jovem goleiro César voltaram a escrever a história na noite de quarta-feira (4) no Estádio do Café. O goleiro alviceleste defendeu duas cobranças e garantiu o inédito título. No início do ano, César era apenas um menino da base do LEC. Hoje, ele é considerado o herói da conquista da Copa da Primeira Liga.

"Eu não sabia que as coisas seriam desta forma. Graças a Deus, tudo isto está acontecendo na minha vida. Nem nos meus melhores sonhos eu imaginava um título como este", afirmou César durante as comemorações ainda no gramado do Café.



Quem também tem uma química incrível com a camisa azul e branca é o capitão Dirceu. Após ser afastado para treinar em separado no Figueirense, o zagueiro – que levantou a taça do Campeonato Paranaense de 2014 – rompeu o contrato na Justiça e voltou ao Tubarão durante a Série B deste ano. Com a braçadeira de capitão na final, Dirceu foi o responsável por levantar, novamente, mais uma conquista alviceleste.

"É inexplicável. Foi um ano muito difícil que eu passei por todas as adversidades e chegar neste momento, com a energia que a torcida criou, foi fantástico", afirmou o capitão, que destacou a força que vem da arquibancada para derrubar os dois gigantes de Minas Gerais na fase final da competição.

Dirceu acredita que o título pode ajudar o time a embalar na Série B, mas disse que a equipe precisa pensar jogo a jogo sem criar expectativas sobre a entrada no G4. "Ficar alimentando essa questão do acesso gera um entusiasmo e uma ansiedade muito grande e pode acabar atrapalhando. Assim, jogo a jogo, acredito que podemos chegar no final do campeonato ainda na briga", avaliou.

Ao contrário dos clubes que desdenharam da Primeira Liga, o técnico do LEC, Claudio Tencati, valorizou o título e acredita que a taça é uma prova de que o Londrina está de volta ao cenário nacional. "Na Série B, oscilamos bastante e poderíamos estar em uma situação melhor. A gente sabe disso. Mas, a gente tinha outra competição em que cravamos o título. O Atlético-MG tinha essa meta também. Tem a rivalidade estadual com o Cruzeiro campeão da Copa do Brasil. O clube grande precisa disso e o Londrina está se tornando esse time grande e voltando ao cenário de competitividade", afirmou o comandante do Tubarão.