Ela foi a única das cinco finalistas da peneirada das Sereias da Vila deste ano a ser chamada para compor o time feminino do Santos. A londrinense Giovanna Crivelari agora é realidade no futebol feminino nacional. No banco, disputa posição com as atacantes Bia e Pikena - jogadoras reveladas no time do litoral paulista. De passagem por Londrina, ela falou sobre a nova fase à FOLHA.
No final de junho, ela balançou as redes pela primeira vez como profissional na vitória do Santos contra o Taboão da Serra, por 4 a 0, em jogo válido pelo Campeonato Paulista Adulto Feminino. Foi a estreia da garota que já fez dois jogos oficiais - o outro foi contra o Nacional. Giovanna entrou no esporte pelo ciclismo, jogou futsal e atualmente tenta conquistar um lugar no elenco titular do Peixe. Para o futuro, sonha com a seleção brasileira.
''Consegui me adaptar longe de casa em pouco tempo. Mas ainda sinto saudades da comida da minha mãe e tento vir pelo menos uma vez por mês para Londrina. Quando consigo uma folga, corro para matar as saudades'', explicou a número 28, que joga como atacante e vem sendo testada pelo técnico Kleiton Lima, que também comanda a seleção brasileira, na meiadireita.
Com 17 anos de idade, Giovanna mora atualmente num alojamento com outras 20 atletas. Ela está na cidade até domingo, depois de conseguir cinco dias de folga na sua concorrida agenda. Durante a manhã, ela cursa o segundo ano do ensino médio. Na parte da tarde faz treinos táticos e coletivos no CT Rei Pelé. A noite corre para academia onde aprimora o preparo físico.
Inclusive, a mãe Marli Crivelari conta que o critério que pesou no teste final foi justamente o condicionamento. ''Ela trouxe um preparo físico do ciclismo e do futsal. Ela pratica esportes há muito tempo e sempre se dedicou. Esperava que uma hora fosse conseguir'', comenta.
Nestes cinco meses no litoral paulista, já conheceu as estrelas da seleção brasileira, Cristiane e Marta. ''As duas sempre incentivam a nova safra de jogadoras'', pontua. Às vezes encontra com os craques Neymar e André, que costumam visitar o treino e aproveitam para brincar com as meninas. ''Só o Robinho que ainda não vi, mas logo ele aparece por lá'', completou.
Quanto as condições do centro de treinamentos, a londrinense observa que pegou a melhor fase. ''Agora reformaram a Vila e a estrutura é de futebol profissional mesmo. O salário ainda não é de profissional, mas sempre recebi tudo em dia, além da segurança nos locais de treinamento. Eu não tenho do que reclamar'', explicou.
Giovanna diz que não existe categorias de base, apesar de outras meninas da mesma idade integrarem o grupo. ''O time todo é profissional. O Kleiton exige muito da gente. Tem treino que é com os meninos do profissional para avaliar se tem condições de continuar no alto nível'', argumenta.
Quanto à seleção brasileira, ela explica que, apesar do Santos fornecer as jogadoras que formam a base do time, é muito difícil ser convocada. ''Tem meninas que já são conhecidas e jogam bem. Mas as minhas amigas dizem que se continuar treinando com disciplina, tenho chances de ser chamada. Agora posso falar que acertei. Era isso mesmo que queria. Quero continuar no ano que vem e nos outros jogando futebol'', finalizou.