Curitiba - Longe dos gramados, o Coritiba disputa hoje a ''partida'' mais decisiva da temporada, no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Condenado inicialmente à perda de 30 mandos de campo no Brasileirão e ao pagamento de R$ 610 mil de multa, agora o Coxa tenta reduzir o prejuízo.
O recurso impetrado pelo clube será o quinto apreciado pelo Pleno do STJD, em sessão que começa às 13 horas. Nele, a defesa alviverde tenta provar que o clube não é o responsável pela invasão do gramado do Couto Pereira, seguida por agressões a atletas, árbitros, policiais e repórteres na partida com o Fluminense, em 6 de dezembro do ano passado.
A banca de advogados que elaborou o recurso acredita que reduzirá significamente a pena - no mínimo pela metade. Para atingir este objetivo, esperam convencer os auditores de que o Coritiba tomou todas as medidas para evitar a baderna e, posteriormente, para punir os envolvidos nela.
A primeira estratégia da defesa é transferir para a Secretaria de Segurança Pública do Paraná a responsabilidade pela insegurança no estádio. O presidente Jair Cirino destaca que protocolou junto às autoridades competentes requerimento para que o efetivo policial fosse reforçado em virtude de ameaças que teria recebido de integrantes de torcidas organizadas. Mas, no momento da confusão, não mais que 20 policiais estavam no gramado. O clube afirma ter contratado ainda 278 seguranças particulares para trabalhar naquela partida.
Outro fato que os juristas consideram ter grande poder de convencimento é o papel do Coxa nos dias seguintes à batalha campal, com o auxílio na identificação de invasores e agressores, e no banimento das torcidas organizadas, que hoje só frequentam os jogos descaracterizadas.
O último trunfo na manga da defesa é mais frágil do que os fatos, mas forte como argumento. Que é o de considerar a rigorosa punição como fruto de preconceito contra o futebol paranaense. Tese que se baseia no histórico de casos semelhantes, em que que clubes como Corinthians, Grêmio, Palmeiras, Bahia, Náutico e até Brasiliense não sofreram punições tão severas.