Perto de completar um ano da tragédia da Chapecoense, o goleiro Jakson Follmann afirmou na noite desta segunda-feira que não se vê como um ex-atleta. Um dos sobreviventes do acidente aéreo, ele acredita que ainda precisará de mais tempo para avaliar o seu futuro, em entrevista ao programa "Bem, Amigos", do canal SporTV.

"Não consigo me ver como ex-atleta, tanto que acompanho o dia a dia do clube. É muito cedo para pensar em Paralimpíada. É muito recente, tenho seis, sete meses de cirurgia (no tornozelo esquerdo). Preciso respeitar meu corpo, tive 13 fraturas", falou o goleiro, que teve uma perna amputada devido ao acidente.

Imagem ilustrativa da imagem Follmann diz que não se vê como ex-atleta
| Foto: Sirli Freitas / Chapecoense



O sobrevivente detalhou ainda as principais dificuldades que enfrenta. "Preciso me redescobrir dentro do esporte. Tenho uma complicação no tornozelo esquerdo, perdi 80% dos movimentos. Não posso ter muito impacto. Tenho uma haste de 26 centímetros, perdi osso, tenho quatro parafusos e enxertei pele. Era para ter amputado. Por incrível que pareça, a prótese ajuda meu tornozelo", afirmou.

Follmann disse que ainda não sabe qual esporte poderá praticar no futuro. "Acho que tenho que dar tempo ao tempo, mas quero fazer natação, é um esporte bacana porque não tem muito impacto. Não posso correr, no máximo fazer um 'trotezinho', e a natação pode me trazer de volta, a ter uma vida mais saudável. Hoje me alimento como atleta, mas não consigo queimar. Estou muito ansioso para voltar."

Quase um ano depois da queda do avião, Follmann treinou com bola uma vez e, fora do campo esportivo, se casou. Outros sobreviventes do acidente, Neto treina com o time da Chapecoense, mas não voltou aos gramados ainda, enquanto Alan Ruschel já participou de partidas oficiais pelo time catarinense.