Andreas foi emprestado ao Granada e retorna ao Manchester United nesta temporada; ele viu o pai jogar por vários clubes belgas após deixar Ivaiporã
Andreas foi emprestado ao Granada e retorna ao Manchester United nesta temporada; ele viu o pai jogar por vários clubes belgas após deixar Ivaiporã | Foto: Shutterstock



Domingo é Dia dos Pais. E todo pai, ou pelo menos a maioria deles, quando o filho nasce já coloca o uniforme do time do coração e quando ele começa a dar os primeiros passos já faz projeções em relação à futura "carreira" de jogador que o moleque seguirá. Pai que gosta de futebol é assim mesmo. A maioria não consegue ver o sonho virar realidade. A criança nem sempre gosta de futebol ou então prefere seguir uma outra carreira ou mesmo a profissão do pai. Mas, e quando o patriarca é jogador de futebol?

Marcos Pereira saiu de Ivaiporã, Norte do Estado, para tentar a sorte na Bélgica e não voltou mais. Passou por nove equipes belgas até se aposentar. E foi lá também, na cidade de Duffel, que nasceu o filho Andreas Pereira, hoje uma dos comandados de José Mourinho no Manchester United.
O meia-atacante de 21 anos, que costuma passar as férias em Londrina, já que avó e tios moram por aqui, seguiu os passos do pai desde muito pequeno. Aos 9 anos já defendia o PSV Endhoven e aos 16 foi contratado pelos Diabos Vermelhos.

"É uma uma sensação inexplicável. Como pai, você quer ver o bem do seu filho e não importa o que ele faz, mas jogando futebol neste nível é realmente incrível e muito gratificante. Sempre deixei o Andreas muito à vontade para escolher o que ele queria fazer no esporte e sorte minha ele é apaixonado pelo futebol. Sempre o ajudei em muitas coisas, detalhes que a gente aprende no decorrer da carreira, estar focado no objetivo, fazer o melhor possível e tento dar uma mão no treinamento", revelou Marcos, que mora em Manchester, em entrevista ao blog Bola pro Mato.

Andreas confessa que a carreira do pai o influenciou a decidir escolher o mesmo caminho e que costuma ouvir os conselhos dele. "Desde criança estive nos treinos e jogos dele e por isso comecei a jogar muito cedo. Temos uma relação muito aberta e conversamos muito depois dos jogos. Nem sempre um concorda com o outro. Ter um pai que foi jogador me ajuda muito, pois ele me passa muitas coisas interessantes, me ajuda muito dentro e fora de campo", conta Andreas. "É um orgulho muito grande e é uma emoção inexplicável ver ele em campo jogando neste nível, é muito impressionante", desmancha-se Marcos.

PROMESSA NA ITÁLIA
Também na Europa, outro garoto tenta a sorte na profissão do pai, mas com muita mais projeção e destaque já desde pequeno. O também meia-atacante maringaense Vitor Hugo Fávero Barreto, 14 anos, mudou-se para a Espanha para acompanhar a mãe, Jane, e o pai, Alexandre, que havia encerrado a carreira de volante no Grêmio Maringá e foi trabalhar na Europa.

O talento do garoto despertou interesse do Reus, um pequeno clube catalão. Foi o pontapé que precisava para decidir que seria jogador. De lá, foi para o Atlético de Madrid e agora está se transferindo para a Inter de Milão. "Para mim seria uma realização de um sonho, sabendo que ele tem as condições técnicas muito melhores que as minhas no tempo em que jogava. Procuro aconselhar o bom e o mal que tem este esporte. No mais, só depende dele: esforço, trabalho, vontade de atingir todos os objetivos com humildade e persistência, sobretudo com fé em Deus", destaca Alexandre, que garante não "cornetar" o filho nos treinos e jogos. "Corneto não, mas procuro sempre corrigir alguma coisa que vejo que deixou de fazer ou tentar melhorar. Porque sempre de fora é mais fácil", garante.

Vitor Hugo confessa que as idas aos campos de futebol acompanhando o pai foram determinantes para sua decisão de seguir carreira na bola. "Lembro de quando muito pequeno ia aos campos com ele e chorava para entrar e brincar de bola. Procuro escutar seus conselhos mesmo às vezes quando eu faço bem as coisas, porque ele sempre está comigo nos bons e maus momentos é meu espelho e meu porto seguro. É meu maior motivador. É sincero no elogio, mas também procura me corrigir e mostrar onde falhei quando necessário", conta o garoto.