Tubarão tem a pior média de ocupação de torcida no Estadual, com média de 1.396 pagantes
Tubarão tem a pior média de ocupação de torcida no Estadual, com média de 1.396 pagantes | Foto: Marcos Zanutto/2-4-2017



Não contramão das conquistas dentro de campo das últimas temporadas, o número de torcedores vem diminuindo ano após ano nos jogos do Londrina. A prova mais concreta desta realidade é no atual Campeonato Paranaense, em que o LEC tem uma média de apenas 1.396 pagantes por partida, somente a sétima melhor entre os 12 participantes.

Levantamento realizado pela FOLHA nas últimas quatro edições do Estadual mostra também o quanto o clube deixou de arrecadar em razão da baixa presença de público nos estádios da cidade. Em 2014, por exemplo, ano em que o LEC foi campeão, a arrecadação total foi de R$ 1.666.910,00 contra somente R$ 222.044,00 nos sete jogos disputados como mandante até aqui nesta temporada. Uma queda de 86%.

"Se você me perguntar o que o Londrina tem que fazer mais em campo para atrair o torcedor eu não sei. Se nós dependêssemos do torcedor neste Paranaense, teríamos caído para a segunda divisão", criticou o técnico Claudio Tencati, após o confronto contra o Rio Branco, pelas quartas de final, em jogo que levou apenas 1.237 pagantes ao Café.

Desde a conquista estadual, há três anos, os públicos vêm diminuindo. Nos nove jogos que fez em casa em 2014, a média do público pagante foi de 7.827 torcedores por partida, o que gerou uma arrecadação média de R$ 185.212,00.

No ano seguinte, quando o Tubarão foi até a semifinal, sendo eliminado pelo Coritiba, também foram nove partidas como mandante, incluindo a final do interior diante do Foz do Iguaçu. A média de pagantes foi de 4.055, e a bilheteria, de R$ 82.653,00. Como detalhe, vale ressaltar que o time entrou no Paranaense motivado por, depois de muitos anos, ter um calendário anual completo, já que havia conseguido a vaga para disputar o Brasileiro da Série C.

Imagem ilustrativa da imagem Do título para cá, público do LEC encolheu



Sem casa
Em 2016, o LEC iniciou o Paranaense já de olho na Série B, competição que o clube voltou a disputar depois de 12 anos. Mesmo assim, o número de torcedores diminuiu. Uma das razões pode ter sido a impossibilidade de utilizar o estádio do Café, que ficou fechado no primeiro semestre para a troca do gramado. O Londrina mandou os três primeiros jogos do Estadual no estádio do Pássaros, em Arapongas, e as demais partidas foram disputadas no VGD. O número de pagantes ficou em 2.305 por jogo, e a renda, R$ 56.497,00. O alviceleste caiu nas quartas de final, eliminado pelo Atlético.

Mesmo com a volta do Café, a resposta do torcedor não aconteceu em 2017. No Paranaense deste ano, o Londrina teve os dois piores públicos da era SM Sports, iniciada em 2011. No confronto com o Rio Branco, no dia 15 de fevereiro, foram apenas 986 pagantes, e no duelo com o Cianorte, em 5 de março, pagaram ingresso somente 837 testemunhas.

A média no ano é de 1.396 pagantes, o que garante ao Tubarão a pior média de ocupação do Estadual, com a torcida ocupando apenas 4% das arquibancadas do Café. A arrecadação por jogo é de R$ 31.720,00. A média do Paranaense em 2017 é de 3.083 pagantes e o Atlético lidera o ranking, com 11.202 torcedores.

Fatores
Vários fatores podem ter colaborado para o desinteresse do torcedor em relação ao time. Desde a crise econômica nacional, a baixa qualidade do futebol apresentado e até o distanciamento do clube dos seus torcedores. "Acredito que o primeiro motivo é a crise financeira do País. E o próprio campeonato, que há uma semana para o Atlético não valia nada e agora passou a valer. Tudo isso desmotiva o torcedor, mas acredito que agora ele vai comparecer e nos apoiar", afirmou o gestor alviceleste, Sérgio Malucelli. A direção do Londrina espera 15 mil torcedores no jogo de domingo.