Desde 2012 no clube, camisa 10 fez 111 jogos e marcou 20 gols; ele afirmou que ainda tem esperança de renovar contrato
Desde 2012 no clube, camisa 10 fez 111 jogos e marcou 20 gols; ele afirmou que ainda tem esperança de renovar contrato | Foto: Marcos Zanutto/20-09-2017



O empate com o Santa Cruz na sexta-feira (22) instalou a crise no Londrina. O clima no clube virou depois de mais uma atuação apática diante do torcedor e culminou no afastamentos dos meias Celsinho, Rafael Gava e do lateral-direito Telo. A decisão de não contar mais com os três jogadores foi tomada pelo gestor Sérgio Malucelli, no sábado (23).

A saída dos atletas começou a ser avaliada ainda no estádio do Café após o 1 a 1 com o time pernambucano e foi a forma que o gestor encontrou de dar uma sacudida no elenco a 13 rodadas do fim da Série B. A visão da direção do futebol alviceleste é que muitos jogadores se acomodaram justamente na reta final da competição e por isso a queda de rendimento da equipe, que somou apenas sete pontos nos seis jogos do returno.

A decisão da saída dos três atletas foi amparada no quesito técnico, mas problemas extra-campo e abuso de saídas noturnas por parte de alguns jogadores também foram detectadas pela direção e comissão técnica. Na reapresentação do elenco, no sábado (23) à tarde, o grupo foi questionado sobre as última apresentações e alguns jogadores foram cobrados individualmente.

O Londrina informou que vai cumprir as obrigações contratuais com Celsinho, Gava e Telo, mas que os atletas foram informados da decisão e nem treinam mais com o restante do elenco. A saída do camisa 10 é a mais emblemática. Após várias idas e vindas, a trajetória do meia definitivamente chegou ao fim no alviceleste. No clube desde o segundo semestre de 2012, Celsinho tem contrato até o fim deste ano.

O meia foi titular em 21 das 25 rodadas da Série B, mas nunca conseguiu manter uma regularidade de boas apresentações e por isso manteve a relação de amor e ódio com o torcedor. Durante a Série C em 2015, ele deixou o clube após se desentender com Sérgio Malucelli no vestiário depois de um 0 a 0 com o Guaratinguetá. Na oportunidade, o próprio gestor havia afirmado que o jogador não atuaria mais pelo clube. Em 2016, foi emprestado ao Paysandu e sem opções no mercado retornou ao LEC nesta temporada. Celsinho fez 111 jogos com camisa alviceleste e marcou 20 gols.

Titular constante nas escalações do técnico Claudio Tencati em 2015 e 2016, Rafael Gava perdeu espaço este ano e foi um dos jogadores mais criticados pela torcida após a eliminação precoce da Copa do Brasil pelo Gurupi (TO). Começou jogando contra o Paraná Clube, mas sequer for relacionado para o jogo com o Santa Cruz. Atuou em 94 jogos pelo LEC e marcou oito gols.

Já o lateral Telo chegou ao clube no início do ano e participou de poucos jogos no Paranaense. Já na Série B, não atuou em nenhuma partida.

'Se for para o bem da equipe, que assim seja', diz Celsinho

A decisão do afastamento de Celsinho, Rafael Gava e Telo por parte do gestor Sérgio Malucelli teve o aval também de outros integrantes do departamento de futebol e da comissão técnica. No caso do camisa 10, a insatisfação pelo desempenho ruim já vinha de algum tempo, mas existia a expectativa que o seu futebol pudesse evoluir, o que não aconteceu nesta Série B. Na sexta-feira (22) contra o Santa Cruz, o meia foi substituído no intervalo e isso foi determinante para a sua saída.

Em entrevista exclusiva à FOLHA, Celsinho falou que foi surpreendido pela decisão e que não há nenhum problema com o grupo e nem fora do clube que pudesse contribuir com o seu afastamento. "Recebi uma ligação do Sérgio (Malucelli) por volta das 11 da manhã dizendo que eu não precisa me reapresentar. Foi uma conversa rápida e questionei o motivo e ele me disse apenas que era por baixo rendimento", frisou. "Eu não vejo que tenha sido por influência pelo que a equipe fez na última partida. Se é por baixo rendimento é uma coisa minha e nada com o grupo. Se for para o bem da equipe, que assim seja".

Com contrato até dezembro, o jogador disse ser difícil falar neste momento sobre o seu futuro e revelou que seus representantes se reunirão com o executivo de futebol do LEC Ocimar Bolicenho em São Paulo nesta segunda-feira (25), já que a delegação estará em Barueri para o jogo contra o Oeste, na terça-feira (26).
"Eu gostaria de terminar o meu contrato. Espero que seja solucionado da melhor forma possível para que eu possa voltar a jogar e a vestir esta camisa. Vai depender da reunião. Estou esperançoso", comentou. Celsinho admite que este novo afastamento dificulta uma improvável renovação de contrato, mas reafirma seu desejo de continuar no Londrina na próxima temporada.

"Eu já deixei bem claro que se já tivesse existido esta possibilidade eu já teria renovado na hora. Claro que este afastamento dificulta um pouco para que isso aconteça, mas eu ficaria feliz e satisfeito em passar mais uma temporada no clube".