O presidente da Fifa, Gianni Infantino: "No Mundial de 2018 vamos ter árbitro de vídeo porque até agora os resultados são muito positivos"
O presidente da Fifa, Gianni Infantino: "No Mundial de 2018 vamos ter árbitro de vídeo porque até agora os resultados são muito positivos" | Foto: Claudio Reyes/AFP



Santiago – O presidente da Fifa, o suíço Gianni Infantino, confirmou nesta quarta-feira (26) que a Copa do Mundo da Rússia, no próximo ano, vai utilizar árbitros de vídeo para analisar jogadas duvidosas. O dirigente anunciou a novidade durante o 67º Congresso da Conmebol, em Santiago, no Chile. Será a primeira vez em que a principal competição de futebol terá o auxílio tecnológico para os lances.

"No Mundial de 2018 vamos ter árbitro de vídeo porque até agora os resultados são muito positivos", disse Gianni Infantino durante o discurso no encontro. "Não é possível que, em 2017, quase todo mundo no estádio ou em casa veja em segundos se o árbitro cometeu um erro e o único que não possa ver seja o árbitro", completou o dirigente.

O primeiro torneio da Fifa em que o auxílio tecnológico foi testado foi o Mundial de Clubes, no último ano, disputado no Japão. Na semifinal do torneio, entre Kashima Antlers, time local, e Atlético Nacional, da Colômbia, o árbitro húngaro Viktor Kassai deu um pênalti para a equipe asiática após rever o lance em um televisor instalado ao lado do campo.

Gianni Infantino está na presidência da Fifa desde fevereiro do ano passado e defendeu a utilização da tecnologia durante a sua fala em Santiago como medida para definir jogadas duvidosas que possam ser decisivas nas partidas como gols duvidosos, pênaltis ou erros sobre quem foi o autor de uma determinada falta.

Na Copa do Mundo no Brasil, em 2014, a novidade no auxílio à arbitragem foi a tecnologia da linha do gol (TLG). Caso a bola ultrapasse a linha e entre no gol, um chip instalado dentro dela emite um sinal ao relógio do árbitro para avisar que houve gol. A ocasião que inaugurou a modernidade foi na partida entre França e Honduras, no estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, e o juiz no duelo foi o brasileiro Sandro Meira Ricci.

COPA AMÉRICA
A Conmebol confirmou nesta quarta-feira que a Copa América de 2019, a ser realizada no Brasil, contará com 16 seleções. Além das 10 equipes da América do Sul, haverá seis equipes convidadas. Cogita-se até dar convite a seleções europeias.
Até então, a Copa América contava com 12 equipes, sendo apenas duas convidadas. Na edição de 2015, as seleções do México e da Jamaica foram as convidadas. Este sistema vinha sendo utilizado desde a edição de 1993, no Equador. O time mexicano vem participando constantemente da competição desde então.

O novo tamanho da Copa América foi definido durante o congresso da Conmebol, em Santiago. O presidente da Fifa, Gianni Infantino, também participa do evento. Com a oficialização dos dirigentes da entidade, a Copa América passará de 12 para 16 seleções a partir de 2019. Será a última edição do campeonato em ano ímpar. A partir de 2020, a Copa América será sempre disputada em anos pares, coincidindo com os anos de disputa da Eurocopa.

Conmebol apura desvios de US$ 130 milhões
Santiago - Após uma longa investigação interna, a Conmebol comprovou nesta quarta-feira (26) uma série de irregularidades em suas contas nas gestões de Nicolás Leoz, Eugenio Figueredo e Juan Angel Napout. De acordo com as provas apresentadas em congresso extraordinário realizado em Santiago, no Chile, quase US$ 130 milhões foram desviados no futebol sul-americano entre 2000 e 2015.

A investigação foi liderada pela própria Conmebol e conduzida pela empresa Ernst & Young, a mesma que trabalhou na investigação de corrupção na Fifa. No relatório, apresentado nesta quarta-feira, foram denunciados desvios de US$ 128,6 milhões (quase R$ 410 milhões) e alguns dos dirigentes da entidade sul-americana disseram acreditar que a quantia pode superar os US$ 140 milhões.

Foram confirmados desvios de US$ 26,9 milhões para contas pessoais de Nicolás Leoz, US$ 33,3 milhões em transferências bancárias para contas não identificadas, US$ 10,4 milhões em instruções de pagamentos a terceiros suspeitos e US$ 55 milhões em transferências bancárias a favor de terceiros sem suporte documental adequado. Ainda de acordo com o relatório apresentado pela Conmebol, os três ex-presidentes e outros ex-dirigentes envolvidos nos desvios deverão ser investigados por apropriação, associação criminal, lavagem de dinheiro e lesão de confiança.

Nicolás Leoz foi presidente da Conmebol de 1986 a 2013 e seria o responsável pela maior parte destes delitos. Ele está em prisão domiciliar em Assunção e aguarda pedido de extradição para os Estados Unidos. Já Eugenio Figueredo e Juan Angel Napout sucederam Leoz em curtos períodos e também estão presos por envolvimento em casos de corrupção. (A.E.)