Fábio Carille não se ilude com as declarações de seus adversários de que o Campeonato Brasileiro já está decidido e que o Corinthians é o campeão. Nas últimas semanas, alguns treinadores afirmaram que estavam "jogando a toalha" na briga pelo título e asseguraram que a taça ficará com o time alvinegro. Desconfiado, o comandante decidiu refazer as contas para saber quantos pontos serão necessários para garantir a conquista do torneio. Ele chegou ao número de 78 pontos.

Ao fim da 14ª rodada, Carille disse que 72 pontos seriam suficientes para o Corinthians garantir o título. Hoje, deu outros valores. "Eu errei na conta naquela resposta e respondi rapidamente, até por falta de experiência. Quando acaba o turno, você sempre olha para os primeiros. Você tem de dobrar. Então, se o Grêmio fez 39, trabalho com 78 pontos. Faltando umas oito rodadas é que vamos ver realmente o que precisa atingir", disse o treinador, em entrevista coletiva nesta sexta-feira.

Atualmente, o Corinthians soma 47 pontos. Ou seja, precisa de mais 31 para garantir o título, segundo Carille. Seriam dez vitórias e um empate em 19 rodadas. Sobre o desdém dos rivais, o técnico não se ilude. "Isso é pegadinha. Temos um grupo maduro e sabemos que não adianta ficar escutando o que os outros estão falando. Temos que trabalhar, como temos feito desde o começo do ano", brincou o treinador.

Entretanto, Carille acredita que os principais concorrentes na briga pelo título devem priorizar competições em que, teoricamente, possuem mais chances de sucesso, como a Copa do Brasil ou a Copa Libertadores. "Claro que vão priorizar, mas pode ter certeza que eles não desistiram do Brasileiro. É muito cedo para desistir. Se fosse eu, iria priorizar outras competições, mas não desistiria."

Recentemente, o técnico Renato Gaúcho disse que vai colocar a garotada para jogar no Brasileiro e que o foco do Grêmio está na disputa da Copa do Brasil e da Libertadores. Levir Culpi e Abel Braga, de Santos e Fluminense, respectivamente, também já se manifestaram apontando o time alvinegro como grande favorito a conquista do nacional.

Repetindo um discurso que já se tornou quase um mantra, o treinador afirmou que não pensa em título, recordes e nem mesmo concorda que o maior adversário do Corinthians neste momento é a própria equipe, que pode se deixar levar pelos elogios e acomodar.

"O adversário do Corinthians vai ser sempre o próximo. Agora, é o Vitória. Não falo de Chapecoense, nem de Atlético-GO. Vamos precisar bastante do lado psicológico e concentração, pois somos a equipe a ser batida e estudada. Quando estamos atrás fazemos isso também, então sabemos que todos os jogos serão como uma decisão", comentou.