Londres - A Paralimpíada começa oficialmente hoje com a cerimônia de abertura e, como é tradição, há grande expectativa sobre o que os britânicos vão fazer para impressionar o público. A rainha Elizabeth II deve ter uma participação na festa, mas provavelmente não da forma inusitada como foi na abertura da Olimpíada, quando contracenou com James Bond.
Os organizadores do evento desta quarta-feira fazem mistério, mas a imprensa inglesa tem divulgado a possível presença do casal formado pelo príncipe William e a duquesa de Cambridge, Kate. Certa apenas é a ausência do marido da rainha, príncipe Phillip, que se recupera de uma infecção.
O show, elaborado pelo diretor Stephen Daldry (do filme Billy Elliot), tem como tema central a palavra "Iluminação". Um grupo de três mil voluntários, de 100 crianças e de 100 artistas participará do espetáculo, que terá como atração inicial o grupo "Aerobility", formado por um serviço de caridade britânico que treina pessoas com deficiência para serem pilotos.
O codiretor artístico Bradley Hemmings comentou sobre o que preparou para o público. "Eu e Jenny (Jenny Sealey, a outra codiretora) quisemos fazer uma cerimônia espetacular e, ao mesmo tempo, profundamente humana. "Depois de trabalhar muitos anos no teatro ao ar livre, decidimos que a festa deveria falar ao coração, fazer aflorar o emocional e é uma histórica ocasião de sediar uma Paralimpíada", contou.
O último dia de revezamento da tocha começará em um lugar especial: o Hospital Stoke Mandeville. Lá, o médico alemão Ludwig Guttmann teve a iniciativa de usar o esporte para entreter ex-soldados da Segunda Guerra Mundial em tratamento por lesões na coluna. No dia da cerimônia de abertura da Olimpíada de 1948, também em Londres, Guttmann promoveu uma competição de tiro com arco entre seus pacientes. O evento se tornou anual e passou a agregar novos esportes até que em 1960, em Roma, foi realizada a primeira edição da Paralimpíada.
No percurso ao longo do dia, até o Estádio Olímpico, a tocha passará pela mão de dois brasileiros: o nadador Clodoaldo Silva e a atleta Adria dos Santos. O acendimento da pira deverá ser o ponto alto da festa de abertura. A narração de um texto do cientista Stephen Hawking, que é cadeirante, é outra atração da cerimônia. E o porta-bandeira da delegação do Brasil será o nadador Daniel Dias. (V.Z./A.E.)