Budapeste - A equipe brasileira do revezamento 4x100 metros livre masculino quebrou um longo período de ostracismo neste domingo. O quarteto formado por Cesar Cielo, Bruno Fratus, Marcelo Chierighini e Gabriel Santos conquistou a medalha de prata no Mundial de Esportes Aquáticos, em Budapeste, na Hungria - os Estados Unidos ganharam o ouro. Com isso, o Brasil pôs fim a 17 anos sem pódio em provas de revezamento em piscina olímpica disputadas em competições de alto nível.

Além de garantir a prata, o tempo de 3min10s34 da final representa o novo recorde sul-americano, derrubando uma marca que pertencia à era dos trajes tecnológicos. "É até inexplicável, é difícil falar. Estou emocionado. Para mim, pessoalmente, é uma grande conquista. Estou treinando há apenas cinco meses e nadei uma prova que não treinei direito, porque estou focado nos 50 metros", disse Cesar Cielo, que retorna a uma grande competição depois de não se classificar aos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, ao SporTV. "Eles são os caras. Esses aqui são os caras".

Por não ter se preparado para a prova, Cesar Cielo admitiu que sentiu um certo receio de participar, mas deu tudo certo. A disputa foi bastante disputada e decidida nos metros finais. Os norte-americanos acabaram levando a melhor, com o tempo de 3min10s06. Um pouco mais atrás vieram os húngaros (3min11s99), que completaram o pódio.

O segundo lugar também muito festejado por Bruno Fratus, que caiu na água logo depois de Cesar Cielo, fechando o revezamento para a equipe brasileira. "Desde hoje (domingo) cedo estou falando para eles: vamos colocar o Brasil de volta em um lugar de onde ele nunca deveria ter saído, no pódio, entre os três melhores do mundo", comemorou.

Na final, Gabriel Santos não teve um início tão forte e terminou em terceiro - fez o tempo de 48s30 -, atrás da Hungria. Mas Marcelo Chierighini apertou o ritmo e terminou a segunda passagem, que completou em 46s85, na vice-liderança. Cesar Cielo foi à piscina e diminuiu a desvantagem para os norte-americanos ao fazer os seus 100 metros em 48s01. Na última passagem, Bruno Fratus se aproximou ainda mais, mas não conseguiu ultrapassá-los, apesar do excelente tempo de 47s18.

O desempenho, no entanto, abre a perspectiva de a natação brasileira dar início a uma nova fase, depois de não conquistar nenhuma medalha no Jogos Olímpicos do Rio-2016.

O último pódio de um revezamento brasileiro em competições de ponta antes do deste domingo em Budapeste foi ganho na Olimpíada de Sydney, na Austrália, em 2000, também no 4x100 metros livre, com a equipe composta por Gustavo Borges, Fernando Scherer (Xuxa), Edvaldo Valério e Carlos Jayme. O time ficou com a medalha de bronze.

Em Mundiais de piscina longa, a ausência brasileira no pódio era ainda mais longa. Vinha desde 1994, quando Gustavo Borges, Fernando Scherer, Teófilo Ferreira e André Teixeira também ficaram com bronze na disputa que foi realizada na Itália.