Moscou - Desde que João Havelange ganhou o poder na Fifa, em 1974, nunca o Brasil chegou tão fraco nos bastidores para um sorteio da Copa do Mundo quanto neste ano. Com medo de ser preso, o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, decidiu não viajar à Rússia para acompanhar o sorteio. Na tarde desta quarta (29), a delegação brasileira chega a Moscou para participar do evento sem seu principal dirigente.

Na sexta (1º), a Fifa vai realizar o evento que decidirá os confrontos da fase de grupos da Copa de 2018. Além do técnico Tite, outros cinco funcionários da CBF desembarcarão na capital russa, mas nenhum com trânsito nos bastidores do poder. O funcionário da confederação de grau mais elevado na Rússia será Edu Gaspar, coordenador das seleções da CBF, que ocupa o cargo há pouco mais de um ano. A última vez que um presidente da CBF não representou o Brasil num sorteio foi em 1985. O evento não tinha a badalação atual e foi realizado num estúdio de uma televisão mexicana.

Del Nero alega que não viajou para a Rússia para continuar seu trabalho na CBF. Nos últimos dias, ele tem acompanhado com atenção o julgamento de José Maria Marin nos EUA. O dirigente foi vice-presidente na gestão de Marin, que está preso desde maio de 2015. O ex-governador de São Paulo é julgado por extorsão, fraude financeira e lavagem de dinheiro. O presidente da CBF não sai do Brasil desde a eclosão do escândalo de corrupção da Fifa. Nesse período, ele não acompanhou o time brasileiro no exterior e renunciou aos seus cargos fora do País.