Londres - Fazer mais com menos atletas será o desafio da delegação brasileira na Paralimpíada de Londres. O presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Andrew Parsons, é bem mais ousado do que seu correspondente olímpico, Carlos Arthur Nuzman, para os Jogos de 2012. Apesar de contar com seis atletas a menos do que na edição anterior, em Pequim/2008, caindo de 188 para 182, o dirigente paralímpico está confiante na possibilidade de colocar o Brasil em uma posição do ranking superior à de quatro anos atrás, subindo de nono para sétimo colocado. Para Rio/2016, a meta estipulada é a quinta posição.
"Não há engenharia. Trabalhamos para qualificar melhor os atletas. Afinamos o funil. Temos menos gente competindo, mas os critérios classificatórios para esses Jogos foram mais exigentes", explicou Parsons. Os principais atletas do Brasil, segundo o dirigente, tiveram uma preparação superior neste ciclo paralímpico em relação ao grupo que competiu quatro anos atrás. Ele lembra, por exemplo, que a maior parte da delegação não fez aclimatação antes dos Jogos de Pequim, o que já foi mudado em Londres - dessa vez, uma parte do grupo foi para a Espanha fazer treinamento em altitude e, depois, todos ficaram em Manchester nas últimas semanas antes dos Jogos.
Mas, segundo o presidente do CPB, este é apenas um detalhe de um longo projeto de preparação elaborado em 2009 com a ajuda dos dirigentes das confederações esportivas já visando os Jogos Paralímpicos do Rio, em 2016. Para colocá-lo em prática, o aumento no orçamento da entidade, de R$ 77 milhões no ciclo 2005/2008 (repasses da Lei Agnelo Piva e patrocinadores) para R$ 165 milhões entre 2009 e 2012, foi providencial.
A entidade também criou o que chama "Programa Ouro", que bancou o pagamento de grupos disciplinares (técnicos, nutricionistas, fisioterapeutas) para competidores de ponta, além de apoiar a iniciativa do governo estadual de São Paulo e do municipal do Rio de investir em atletas, com o Time São Paulo e o Time Rio.
Parsons garante que a base também não foi esquecida. Hoje, segundo ele, a Paralimpíada Escolar de São Paulo é a competição do gênero com maior número de participantes no mundo. Esta e outras competições regionais têm servido para destacar jovens talentos que poderão vir a ser novos astros e estrelas dos Jogos do Rio. Fora isso, o CPB ajuda a manter 22 clubes especializados na formação de novos talentos.
Todo o planejamento, no entanto, não é garantia de sucesso.

Imagem ilustrativa da imagem Brasil encara desafio na Paralimpíada