Imagem ilustrativa da imagem Base de ouro



Rio de Janeiro - Em sua primeira convocação, o técnico Tite chamou sete jogadores da campanha do ouro olímpico e trouxe novidades, como o volante Paulinho, do chinês Guagzhou Evergrande, o meia Giuliano, do russo Zenit, e o atacante Taison, do ucraniano Shakhtar Donetsk. O treinador afirmou que a lista foi baseada "no momento" dos atletas e que a convocação não é a ideal porque alguns jogadores não puderam ser chamados por motivos de lesão ou por estarem fora de forma.
"Alguns atletas europeus, por estarem retornando agora, ficam prejudicados, ou por retomada de ritmo ou problema de lesão", admitiu, ontem, Tite. "Essa convocação é para os dois jogos, no melhor momento dos atletas. Tem jogadores que ficaram de fora em função de problemas clínicos", declarou, lembrando ainda que William, do Chelsea, sofreu uma lesão no fim de semana e ainda pode ser cortado.
"O Rafael Carioca é merecedor por tudo o que vem jogando. O Fagner fez e vem fazendo um grande campeonato. O Paulinho a carreira dele fala por si só. Ele é campeão da Copa das Confederações, é campeão mundial (pelo Corinthians, em 2012). Foi acompanhado in loco. Isso tudo o credenciou", ponderou Tite.
Diferentemente do que fazia Dunga, a quem sucedeu, Tite também falou sobre jogadores que poderiam estar na lista e foram preteridos. "Existe uma série de jogadores que poderiam estar convocados. Às vezes um pequeno detalhe pode fazer a diferença. Geromel, Fernandinho, Elias, Luan... O Arão do Flamengo está crescendo", enumerou. "É o acompanhamento de trabalho, nos vídeos, nos jogos, na conversa com os técnicos que define."
O treinador também frisou o momento ruim da seleção brasileira, que está fora da zona de classificação à Copa do Mundo de 2018 na tabela das Eliminatórias Sul-Americanas. "A convocação é para os próximos dois jogos. Eu não quero ser o otimista irresponsável, nem o pessimista que olha só o lado negativo. Tenho que olhar o fato real: estamos no momento não classificados para a Copa do Mundo."

ATAQUE MEDALHISTA
Tite parece ter ficado satisfeito com o desempenho do ataque da seleção brasileira olímpica. Os medalhistas de ouro Neymar, Gabriel Jesus e Gabriel foram chamados na segunda-feira também, além de Taison para o ataque. E, apesar de nenhum deles ser centroavante de ofício, o treinador já prevê a utilização dos atacantes de Palmeiras e Santos mais centralizados.
Questionado sobre a figura do "falso 9", referência a jogadores de ataque que costumam ocupar o setor destinado a um centroavante no setor ofensivo, Tite foi direto. "O 9 eu considero que é o Jesus e o Gabigol, que teve três participações na seleção. Há um legado em relação ao Dunga sim, e o Gabigol teve muito bom desempenho como 9, contra o Peru, Equador e Costa Rica", avaliou Tite.
"O Gabriel Jesus, jogando de 9, permanece como goleador do Campeonato Brasileiro. Pode jogar de lado, mas continua de 9 sendo artilheiro num campeonato difícil como o Brasileiro", exemplificou o técnico, lembrando que o atacante do Palmeiras não joga uma partida do Brasileirão há mais de um mês, pois estava na seleção olímpica.
O técnico também comentou sobre Neymar, que em sua avaliação pode atuar em mais de um setor do ataque - centralizado ou pelos flancos. "Ele pode trabalhar numa ou noutra (função), onde tem uma maior rotina no lugar. O Dorival Júnior e o Muricy, também conversando com eles, disseram que é mais confortável na esquerda, como faz no Barcelona. Mas o Neymar pode ser utilizado no centro", disse Tite.
Ele também falou sobre ter uma equipe ofensiva como a montada por Rogério Micale durante os Jogos do Rio. "Nós temos uma ideia de futebol brasileiro, que mais que sistema ou número de meio-campistas e atacantes. A ideia principal vai mais além: é com a mecânica e dinâmica da equipe", comentou Tite. "Uma coisa é clara: seis jogadores são liberados a atacar", afirmou, sem dar detalhes sobre quem serão esses seis.