Mais do que a capacitação, para o diretor-proprietário da Rural Business Leilões, Elton Baccarin, o que importa no currículo do leiloeiro é a vocação para a atividade e algumas características inatas. "A voz do leiloeiro é o mais importante de tudo porque influencia diretamente no resultado do leilão", afirma.
A partir da voz, outros fatores servem de importantes complementos para o perfil ideal de leiloeiro. "Tem que ter oratória, português correto, ritmo, raciocínio rápido, desinibição", elenca o empresário. Outra dica do especialista aos interessados é que não fumem e não bebam. "O álcool e o tabagismo afetam diretamente a voz", argumenta. Segundo ele, que está no ramo há quase 30 anos, no passado, leiloeiros eram profissionais oriundos do rádio e da televisão. "Eram pessoas com grandes vozes e desinibidas, que não se intimidavam na frente do público", afirma.

MERCADO FECHADO
Mesmo tendo as características desejadas pelo mercado leiloeiro rural, não é tão fácil começar, principalmente porque a preferência é sempre por profissionais experientes. "Ninguém dá um leilão na mão de quem não conhece, porque é um negócio. Por isso, existe uma certa fidelidade entre as empresas de leilões e seus leiloeiros", explica Baccarin.
Felipe Theodoro Guida conseguiu romper essa barreira inicial do mercado leiloeiro. Depois de algum tempo atuando como leiloeiro voluntário, há dois anos ele realiza leilões de gado de corte pela Rural Business. "É um mercado muito fechado. Eu comecei fazendo leilões beneficentes para igrejas e hospitais e fui ganhando ritmo. Depois, um amigo que já fazia leilão me apresentou ao Baccarin e eu comecei", conta. Hoje, o leilão ainda é uma atividade alternativa para Guida, que é bancário, mas o plano é torná-lo seu único trabalho, de preferência, com cavalos quarto de milha, sua paixão de infância. (J.G.)