A diretora de Melhores Práticas de Gestão de Pessoas da Associação Brasileira de Recursos Humanos do Paraná (ABRH-PR), Luciana Gazzoni, conta que um bom gestor sabe o que está acontecendo com o funcionário, e se este apresentar uma dificuldade pontual, é possível administrar com diálogos e acordos.

"Por exemplo, já vivenciei um caso em que o gestor trocou um operador de empilhadeira de função porque ele estava se divorciando da esposa. O gestor sabia que era um bom funcionário e encontrou essa solução, pois a função/ocupação era de risco e ele estava tendo problemas na execução", conta.

Isso é possível em algumas situações, mas Luciana lembra que há pessoas que sempre tem problemas pessoais e aí precisa existir um limite. "A empresa não pode arcar com esse grau de improdutividade. Uma coisa é algo pontual e outra é recorrente", aponta.

Segundo ela, o funcionário deve sinalizar a dificuldade para o gestor e as empresas podem apostar em canais de suporte através do RH, como programas de assistência social. Isso inclui desde um advogado para orientação jurídica até uma psicóloga.

"Ignorar não é o caminho, como se acreditava anos atrás. Hoje, a orientação é dialogar e dar o acolhimento ao funcionário dentro de um determinado patamar", conclui.

O mastercoach Fabiano Zanzin observa que "zerar" esse tipo de situação nunca será possível porque as empresas são feitas de pessoas. "O que determina um maior ou menor grau desse tipo de problema é a presença de profissionais habilitados para lidar com esses colaboradores", defende.

De acordo com Zanzin, o processo de coaching é uma opção para os funcionários melhorarem suas habilidades e competências técnicas e comportamentais. "O coaching vai ajudá-lo a enxergar o motivo da baixa produtividade. Seja por gaps na área comportamental ou técnica", completa. (M.O.)