Imagem ilustrativa da imagem Liderança sem idade
| Foto: Celso Pacheco
"A pessoa não pode querer crescer muito rápido. Ela precisa deixar as coisas acontecerem naturalmente, agregando a vida pessoal com o aperfeiçoamento", avalia Ederson Nunes
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Conseguir alçar qualquer cargo de liderança dentro de uma empresa é o sonho de muitos profissionais. Se antes ter uma carreira sólida e muitos anos de experiência eram requisitos básicos para isso, hoje a "geração Y" mostra que a idade não é sinônimo de falta de competência ou gestão. "Acredito que o jovem não tem medo de errar e isso é um diferencial em relação a quem tem mais idade", destaca Anderson Luís dos Santos, que aos 22 anos é gerente geral de uma concessionária de carros importados em Londrina.
Anderson veio de Curitiba para assumir a nova atribuição. Sua trajetória na empresa começou na função de entregador de veículos, quando tinha 18 anos, e permaneceu por cinco meses no cargo até ir para o setor de vendas, no qual trabalhou mais três anos até ser gerente. Segundo ele, a pouca idade não atrapalhou na conquista da boa colocação. "Idade não é sinônimo de competência. Quando me tornei gerente, não senti dificuldades no relacionamento com as pessoas ou na função", afirma.
Funcionário mais novo da concessionária em Londrina, Anderson comanda uma equipe de 15 pessoas e é responsável por toda a gestão comercial do espaço, o que é uma grande responsabilidade, como ele mesmo frisa. E para quem pensa que a atual colocação o impede de querer mais está enganado. "A zona de conforto não cabe no meu vocabulário. Tenho ciência da minha vontade de crescimento e quero cada vez mais."
Outro exemplo positivo de que liderança não depende de idade é Ederson Júnior Nunes, de 27 anos. Atualmente gerente dos dois maiores setores de uma loja de materiais esportivos na cidade, ele começou sua carreira como empacotador em um supermercado aos 16, quando passou por vários estágios até se tornar o gerente geral. Ele conta que no começo sentiu certa resistência por ser jovem, o que foi logo superado.
"Quando assumi a gerência do mercado, sofri dificuldades porque os colaboradores eram todos mais velhos do que eu. Mas acredito que o preconceito era mais meu do que das pessoas", relembra ele, que aposta no foco para quem quer ascensão no trabalho. "A pessoa não pode querer crescer muito rápido. Ela precisa deixar as coisas acontecerem naturalmente, agregando a vida pessoal com o aperfeiçoamento", avalia.
Com uma carreira consolidada mesmo em pouco tempo, Ederson aposta no estudo para buscar novas metas. "Adaptei meu projeto de vida profissional com pouco tempo de trabalho. Hoje tenho planos de me tornar diretor e ter um negócio próprio. Ser gerente cedo me ajudou a ter uma visão a longo prazo", conta ele que está terminando o curso de Administração.

HABILIDADE EMOCIONAL
Saber onde se quer chegar, conhecendo suas habilidades e pontos fracos, é fator importante para quem deseja crescer profissionalmente. Além disso, provar diariamente sua capacidade para os mais velhos é um dos desafios de quem se torna líder com pouca idade. "A liderança não é algo fácil. Mais do que ter competência técnica, é preciso desenvolver habilidade emocional e resiliência", ressalta o consultor organizacional e master coach da Concept Consultoria, Fabiano Zanzin.
Ele explica que as empresas atualmente estão mais receptivas e preparadas para receber os jovens. "Antigamente era preciso ser conhecido da empresa e ter anos de trabalho para ser um gestor, independente da qualidade. E hoje o fato de ser jovem não quer dizer que ele não tenha isso", diz. "Temos dois tipos de jovem: o que já sabe o que quer e chega orientado, por ter feito estágio ou alguma vivência, e aquele que apenas concluiu a faculdade e vai tentar entrar no mercado de trabalho confiando no diploma."