Imagem ilustrativa da imagem Fim de ano com poucas vagas temporárias
| Foto: Gustavo Carneiro
No Sine, em Londrina, a maioria das oportunidades são para empacotadores de supermercado


A chegada do fim do ano costuma trazer boas oportunidades de emprego, já que algumas empresas contratam temporários para dar conta do aumento na demanda por produtos e serviços. Esse costuma ser um bom momento não só para quem está desempregado, mas também para quem está começando a carreira ou quer mudar de área. Diante da economia ainda enfraquecida, o número de vagas abertas para esse período está bastante reduzido neste ano, o que exige do candidato um bom desempenho na seleção.
O Sistema Nacional de Empregos (Sine), que antes da crise econômica já teve mais de mil vagas temporárias abertas num mesmo ano, tinha apenas 77 na semana passada. A maioria delas, 25, eram oportunidades para empacotadores. Outras 15 vagas esperavam por candidatos a operador de caixa. O restante se dividia em grupos de uma, duas ou três vagas para diversos cargos diferentes, de auxiliar administrativo a babá. "Algumas dessas vagas não são dedicadas a uma demanda especial de fim de ano, mas sim para cobrir funcionários que entrarão de férias", explica o gerente de intermediação de mão de obra do Sine, Milton Veleiger.
Segundo ele, 2016 é o terceiro ano de queda consecutiva no número das tradicionais vagas de fim de ano. "Começou a cair em 2014. Em 2015, piorou um pouco, mas ainda foi melhor do que o que temos visto neste ano", compara.
Na Labor, o cenário que a gerente comercial Luciana Genta observa é semelhante: clientes que antes contratavam de 80 a 100 funcionários para o fim de ano, desta vez pediram apenas 50. Segundo ela, a maior parte das vagas temporárias têm sido abertas por supermercados. "As empresas ainda estão resistentes, observando como o cenário reagirá após as dificuldades enfrentadas desde 2015. Por isso, estão tímidas em suas contratações temporárias", afirma.
Por outro lado, Luciana ressalta que, como as empresas reduziram consideravelmente o quadro efetivo de funcionários, podem se ver apertadas com a proximidade do Natal e recorrer aos temporários mais tardiamente. "A chegada dos eventos festivos de final de ano e o aumento da produção de alguns setores da economia, incluindo o comércio, impulsionam o número de vagas de emprego temporário", argumenta.
O empresário e vice-presidente da Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil), Fernando Moraes, também vê o cenário com otimismo. "Não existe uma demanda grande de funcionários para o fim de ano, como é habitual, mas existe uma demanda. O melhor é que já não está havendo novas demissões", pondera. Ele próprio afirma ter vagas abertas para contratação de efetivos.

INTERESSE

Para Luciana, quem quer garantir uma das poucas vagas abertas neste fim de ano deve demonstrar interesse e disponibilidade para as funções oferecidas. E depois de conquistar a vaga, trabalhar bem para, quem sabe, ser efetivado. "Quem contrata um profissional temporário pode estar com a ideia de efetivá-lo, caso a demanda se mantiver alta. Para isso, o empresário espera que o funcionário faça um bom trabalho e demonstre interesses alinhados com os valores da empresa", explica. Além disso, segundo ela, é importante não faltar ao trabalho.
Foi contando com a possibilidade de efetivação que Larissa Ingrid Dias correu atrás de uma vaga temporária. Ela se mudou do Rio de Janeiro para Londrina há poucos meses e encontrou dificuldades no mercado de trabalho. Há três semanas ela foi contratada como operadora de caixa no Atacadão. "Eu mandei currículo para vários lugares e não aparecia nada. Por causa dessa dificuldade, decidi aceitar quando fui chamada para uma vaga temporária. Sempre existe uma chance de ser efetivado", conta.