Todos os dias mulheres são agredidas e assediadas, seja nas ruas, transporte público, escolas, em seus lares. Muitas não têm como pedir socorro ou buscar ajuda, mas duas alunas do 9º ano do Colégio Positivo Júnior, de Curitiba, querem mudar essa situação. Elas elaboraram um aplicativo que tem como objetivo constranger assediadores e auxiliar vítimas.

O SOS People, como foi denominado, é acionado por um botão discreto, que se conecta ao celular por bluetooth e, ao ser apertado uma vez, faz com o que o telefone emita um alarme. "Como o sinal é bem alto, as pessoas em volta irão olhar e o assediador será obrigado a parar", explica uma das idealizadoras do projeto, Eduarda Rossi.

Além do alarme, o telefone envia uma mensagem de texto aos familiares e amigos cadastrados na plataforma, avisando que a remetente corre algum risco. Lara Prado, outra autora do trabalho, conta que em ituações mais graves, como um sequestro, a vítima pode enviar um sinal silencioso. "Ao apertar o botão duas vezes, o alarme não será ativado e apenas a notificação será enviada aos familiares, junto com um link com a localização do celular", explica.

O aplicativo, que ainda é um protótipo, é um dos trabalhos de destaque da décima edição da Mostra de Soluções do Colégio Positivo, que propõe aos estudantes experimentos científicos e comportamentais, de diferentes áreas do conhecimento.

A professora de Língua Portuguesa e orientadora do trabalho Claudia Morgenstern lembra que esse tipo de atividade na escola, além de gerar resultados reais na sociedade, também influencia no futuro acadêmico dos estudantes. "Elas tiveram que fazer pesquisas, fundamentar o trabalho, realizar testes, etc., tudo o que serão demandadas no futuro, quando forem para o Ensino Médio e para a universidade", conta. Agora, o projeto de Eduarda e Lara está concorrendo a uma vaga na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), promovida pela Universidade de São Paulo (USP). (E.G)