De janeiro a junho deste ano, 182.528 vagas foram criadas dentro das faixas etárias até 24 anos. O número é surpreendente em comparação as demais faixas, em que, no mesmo período, as demissões superaram as contratações, com saldo final de menos 531.765 postos de trabalho no Brasil, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
O resultado é a prova da força da juventude no mercado de trabalho, que vem conseguindo se superar mesmo em tempos de crise. Em Cambé, uma multinacional argentina, especializada no melhoramento genético de soja, aposta na "geração Y". Dos 70 funcionários, cerca de 45 são jovens, o que representa 60% dos colaboradores.
"O diferencial dessas pessoas é que estão com a ‘cabeça limpa’, o que é importante para quem quer aprender. Hoje este profissional aceita ficar um tempo em cada setor, diferente de quem já está há mais tempo no mercado de trabalho e tem uma flexibilidade bem menor", aponta Demisson Borges, gerente de recursos humanos da GDM genética, empresa que tem como cultura formar jovens profissionais.
Por ter um nicho de atuação restrito, a organização tem desde o ano passado o projeto "Jovens Profissionais", em que contratam pessoas dispostas a permanecer um período em cada setor, para conhecer e ver se as mesmas possuem perfil e potencial para assumir uma responsabilidade efetiva. "Buscamos por meio do programa encontrar jovens que possam evoluir. E assim, ao invés de procurarmos alguém de fora para contratar, damos oportunidade para quem já está na empresa."
Em Londrina, uma grande rede varejista de roupas também abre oportunidades para os jovens. Para a gerente Joana Gonçalves de Osti, o fato da loja estar instalada em um shopping faz com que os mais novos busquem emprego, já que tem mais disponibilidade. "Procuro no candidato entusiasmo, comprometimento e responsabilidade. O jovem que quer trabalhar no varejo precisa ter muito empenho, porque é uma adrenalina, e busca por objetivos constante", destaca. (P.M.)