O papel do cuidador de idoso pode variar bastante, dependendo de quem o contrata. Muitas vezes, é apenas uma companhia, alguém para conversar, para prestar algum auxílio ocasionalmente. Em outras, o cuidador precisa realizar as mesmas tarefas de uma babá: alimentar, dar banho, levar ao banheiro, passear na rua. "A senhora de quem eu cuido sofreu um derrame, ficou acamada, não fala, não faz quase nada sozinha. Precisa ter alguém com ela o tempo todo porque ela mora sozinha. Eu fico durante a noite, das 18h às 8h", explica a cuidadora Maria Vidotto.
Segundo ela, que ocupa a função há três anos, o trabalho é revezado com outras duas pessoas: uma durante o dia e outra nos fins de semana. "Eu cuido da alimentação dela, dos medicamentos, corto as unhas. Se ela passa mal, como um dia que ela teve um enfarte, sou eu que saio correndo com ela para o hospital. Só ligo para a filha dela em último caso", conta.
Nas empresas que prestam serviço de home care, os contratos são dos mais variados. "Fazemos desde acompanhamento hospitalar, já que pacientes com mais de 65 anos precisam ter acompanhante permanente por exigência dos hospitais; atenção domiciliar 24 horas, que é feita com o revezamento de profissionais; até atendimentos bem pontuais, como apenas dar banho ou fazer um curativo", explica o sócio-proprietário da Londrilife, Martinho de Souza Junior.
Além da preparação técnica para saber, por exemplo, manipular o idoso sem ferir a pele que costuma ser extremamente sensível, outros requisitos são necessários para o exercício dessa atividade. Paciência, simpatia, força física estão entre elas. Mas, segundo Maria Vidotto, o principal é amor. "É por amor que eu faço, porque a remuneração não paga toda a responsabilidade que temos como cuidadores. E por amor quero continuar fazendo enquanto eu puder." (J.G.)