Além dos benefícios previstos por lei, muitas empresas oferecem vantagens extras como forma de impactar a qualidade de vida da equipe, motivá-la e aumentar a produtividade. No Moinho Globo, onde os empregados contam com um pacote robusto de benefícios, a rotatividade no quadro de funcionários tem sido menor que 2% ao mês. "Nas demissões voluntárias, o índice é menor ainda", garante o gestor de recursos humanos da empresa, Mario Trentini.
Segundo ele, existe por parte do Moinho Globo – uma das melhores empresas para trabalhar no Brasil, de acordo com o guia Great Place To Work de 2016 – uma preocupação em proporcionar um ambiente motivador aos funcionários. "O convívio entre as pessoas é agradável e elas gostam de trabalhar aqui. Acho que isso é muito importante para a permanência do funcionário", afirma.
Além dos benefícios mais comuns, como plano de saúde e vale-refeição, os 215 funcionários contam com serviço de nutricionista, programa de participação nos resultados, subsídio para cursos, transporte gratuito para consultas e exames médicos em cidades da região, café da manhã diário, além de receber gratuitamente os produtos fabricados pela empresa, entre outros benefícios. "Todo mês, cada funcionário recebe um kit com 17 quilos de produtos da empresa. Nós temos uma cozinha e uma padaria experimental e, todos os dias, no final do dia, eles levam pães para casa", conta Trentini.
Tanta fartura pode acabar refletindo na balança e na saúde, se o trabalhador não se cuidar. Há três anos, o operador de empilhadeira José Donizete Fidelis estava acima do peso e com quadro de pré-diabetes. "Tomava refrigerante demais, comia muito pão e doce", lembra Fidelis, revelando que sua saída foi buscar ajuda do nutricionista que atende os funcionários na empresa. Hoje com 14 anos de Moinho, Fidelis atingiu seu peso ideal depois de emagrecer 16 quilos, mantém a glicose controlada e ainda virou atleta amador. Aos 50 anos, ele treina dia sim, dia não, correndo em média 10 km, e também participa de provas que acontecem pela região.

CASA PRÓPRIA

Uma das maiores ações realizadas pelo Moinho Globo em prol dos funcionários foi a viabilização de um residencial com 141 casas. Os imóveis custaram a eles entre 30% e 40% mais barato que o preço de mercado. "A ideia surgiu a partir de uma pesquisa feita pela empresa, que apontou que o grande desejo da maioria dos funcionários era a casa própria", explica Trentini.
A empresa viabilizou o capital para que a Associação dos Funcionários do Moinho Globo (Afumg) pudesse adquirir o terreno de 48 mil m², que foi dividido em lotes de 200 m². O Moinho também empreendeu a obra, responsabilizando-se por materiais e mão de obra, sem nenhuma margem de lucro, e cuidou de toda a parte burocrática dos contratos de financiamento.
O Residencial Moinho Globo fica a poucos metros da indústria, o que facilita o deslocamento dos funcionários, que economizam nas despesas com transporte. Os imóveis foram financiados em até 30 anos e estão sendo pagos em parcelas decrescentes. "Alguns funcionários mais antigos já conseguiram quitar o imóvel com o FGTS. Quem financiou, hoje paga cerca de R$ 300 por mês", conta Trentini.
Willian Ribeiro da Cruz é funcionário do setor de transporte no Moinho e é morador do novo residencial desde 2014, quando se casou. A casa até já ganhou uma edícula nos fundos. "Morar aqui está sendo uma benção", resume. (J.G.)