Imagem ilustrativa da imagem Com negócio pronto, franquia é alternativa para desemprego



Pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que o desemprego já alcançou 12 milhões de brasileiros. Boa parte dessas pessoas acaba buscando no empreendedorismo uma forma de driblar a crise. Para quem ainda não tem experiência com um negócio próprio, a melhor saída pode ser apostar no setor de franchising, já que franquia é um negócio que já deu certo. Segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), o faturamento do setor no País teve crescimento de 8% no primeiro semestre de 2016.
Apesar de atingir apenas uma casa decimal, a taxa de crescimento é motivo de comemoração, segundo a diretora da regional Sul da ABF, Fabiana Estrela. "Claro que buscamos crescimento de dois dígitos, como sempre foi, mas as franquias conseguiram crescer num momento em que a maioria das empresas do varejo tradicional ficou no negativo ou empatou", argumenta.
No Paraná, segundo a ABF, são 245 redes de franquia e 8.554 unidades. Junto com Santa Catarina e Rio Grande do Sul, o Estado faturou cerca de R$ 10,3 bilhões no primeiro semestre deste ano. Para Fabiana, esse é um bom momento para abrir franquia, já que esse tipo de parceria permite direcionar os esforços para além do primeiro passo. "Quem abre um negócio individual, precisa estabelecer fornecedores, definir pontos de venda, mix de produtos. Com a franquia, ele toma um atalho, coloca energia numa marca já organizada estratégica e operacionalmente", explica.
Ao abrir uma franquia, o franqueado tem à sua disposição todo o conhecimento e experiência do franqueador, além de uma máquina de divulgação. Outra vantagem, segundo Fabiana, é a sobrevida de negócios franqueados, que tem uma média de 5 a 6 anos. "Segundo estatísticas do Sebrae, empresas individuais fecham, em média, em dois anos. As franquias têm mais que o dobro de sobrevida". De acordo com Fabiana, há apenas 10% de desistência no setor de franquias, e a maioria ocorre por motivos pessoais. "Normalmente, a rotatividade se dá quando o franqueado não tem ninguém para sucedê-lo, quer se aposentar, está com problema de saúde. Poucas vezes, é por não ter se adaptado ao negócio", conta.

PARCERIA

O sistema de franquias trabalha em rede, o que exige certa submissão, mas também oferece suporte e proteção. "O franqueado nunca está sozinho. O franqueador está sempre acompanhando, estimulando, orientando. Quem abre uma franquia, não precisa errar para aprender, pode aprender com os erros dos outros", afirma Fabiana.
Assim, a representante da ABF não indica o investimento em franquias para quem gosta de ter total autonomia. "Quem gosta de decidir tudo sozinho e não se sujeita a expor suas ideias à aprovação, pode ter problemas com franquia, porque o sistema oferece proteção, mas também exige comprometimento com a marca", alerta.

COMEÇO

As possibilidades para quem decide entrar no setor de franquias são muitas, já que hoje há redes de franquias nos mais variados segmentos de mercado. Os segmentos de franquias que mais faturaram em 2015 foram o de negócios, serviços e outros varejos; alimentação; e esporte, saúde, beleza e lazer. Mas a sugestão de Fabiana é escolher o segmento pelo "brilho no olho". "É um trabalho como outro qualquer, com o qual ele vai trabalhar todos os dias. Tem que ser algo que goste." Outra dica da diretora é alinhar as expectativas com o franqueador. "Ele precisa saber se aquela franquia consegue proporcionar o retorno financeiro que ele está esperando. Por isso é importante conversar muito com o franqueador antes de decidir", explica.

REQUISITOS

No processo de aprovação de um franqueado, a rede de franquia costuma avaliar o perfil do candidato e, em alguns casos, até exige alguns pré-requisitos. O Boticário, por exemplo, que é a maior rede de franquias do Brasil, tem como pré-requisitos a graduação na área de gestão de negócios ou similar e experiência comprovada de 12 meses no setor de varejo, serviços nas áreas comercial, administrativa ou financeira.
"Para nós, o principal é ser proativo e concordar em seguir as regras da franqueadora. Porque, muitas vezes, a pessoa tem iniciativa, mas não aceita bem se submeter a seguir o padrão da rede", conta o diretor de franquias da Purific, Gustavo Kodama. Terceira maior franquia em número de unidades no Paraná, segundo ranking da ABF, a Purific tem hoje 54 franqueadas no Estado e 237 em todo o País.
A franqueadora, segundo Kodama, também tem a preocupação de alertar o candidato a franqueado sobre as especificidades do segmento. "Muitas vezes, é uma pessoa que já trabalhou com comércio, mas o segmento de purificadores de água é diferente", afirma.
Para ser um franqueado da Purific, é necessário fazer um investimento de R$ 60 mil e contar com gastos de R$ 50 mil a R$ 100 mil com o estabelecimento da estrutura física e capital de giro. Em cerca de dois anos, segundo Kodama, a franquia costuma ter faturamento mensal de R$ 50 mil, valor que varia de acordo com a cidade.