Não existe uma formação acadêmica que prepare um leiloeiro para o mercado de trabalho. Assim, quase sempre esses profissionais são autodidatas e se desenvolvem a partir das experiências na atividade. Mas já existe no Brasil alguns poucos cursos que ajudam a dar o passo inicial na carreira. O único que é certificado por um sindicato de leiloeiros é realizado anualmente em Curitiba. O curso é promovido pelo Sindicato dos Leiloeiros Públicos Oficiais do Paraná, através da Escola de Leiloeiros, e teve sua quarta edição na semana passada.
Diferente das edições anteriores, voltadas para leiloeiros iniciantes, neste ano o curso foi direcionado também para aqueles que ainda não iniciaram na atividade. "Não é obrigatório ter o curso para conseguir o registro de leiloeiro, mas, sem ele, o iniciante não vai saber atuar", argumenta o diretor da Escola de Leiloeiros, Helcio Kronberg.
No curso, os alunos aprendem sobre as formas de leilão oficial, como captar clientes, a legislação pertinente à atividade, entre outros assuntos. Como o leiloeiro, muitas vezes, trabalha diretamente ligado a processos judiciais, Kronberg afirma que a formação em Direito é bastante adequada a esse profissional.
Entre os leiloeiros rurais, o mais comum é que o passo inicial seja na pista dos leilões. O leiloeiro Aníbal Ferreira, por exemplo, que tem formação em Educação Física, antes de se tornar um dos maiores leiloeiros rurais do Brasil, era pisteiro, aquele que fica próximo dos compradores recebendo os lances. "Eu comecei a trabalhar em uma empresa de leilões, como pisteiro. Como sempre fui muito falante, fui me destacando nessa função ao longos dos anos. Um dia, o leiloeiro não podia fazer o leilão e me deram a oportunidade. Quase sempre, é assim que acontece", conta. A partir daí, Ferreira passou a se capacitar, fazendo cursos de julgamento, acompanhando competições fora do País. Tornou-se especialista em ovinos, bovinos, caprinos e equinos. (J.G.)