"Consultoria é meu objetivo imediato, pois é uma área em que posso atuar sem interferir no meu trabalho", disse a secretária executiva Maria Aparecida Fabri, que investe nos estudos de imagem pessoal
"Consultoria é meu objetivo imediato, pois é uma área em que posso atuar sem interferir no meu trabalho", disse a secretária executiva Maria Aparecida Fabri, que investe nos estudos de imagem pessoal | Foto: Saulo Ohara



Início de ano é um período propício para se fazer balanços e definir novos objetivos: emagrecer, estudar, casar, ter filho. Segundo especialistas, é um bom momento também para traçar novas metas profissionais – ou retomar as antigas que foram abandonadas –, seja para impulsionar a carreira, mudar de ramo, conquistar estabilidade no serviço público ou empreender. O principal alerta é não esquecer que o país ainda vive um momento econômico pouco favorável a grandes aventuras.
Para quem tem como meta para 2017 ser promovido no emprego ou buscar melhores oportunidades na atividade que já exerce, o processo é relativamente simples. "Impulsionar uma carreira que já existe significa voltar para a sala de aula. Isso não exige que o profissional corra nenhum grande risco. Ele pode buscar possibilidades que sejam alinhadas com seu dia a dia profissional e viáveis ao seu orçamento: uma pós-graduação, um MBA, um curso para acelerar um idioma", explica Bruno Melo, diretor-executivo da consultoria de carreiras Thomas Case & Associados.
Esse tipo de investimento, segundo ele, alimenta não apenas a capacitação técnica do profissional, mas também seu networking. "Em um curso de pós, por exemplo, ele vai encontrar pessoas com objetivos parecidos, trocar experiências. Isso pode ser ferramenta para impulsionar a carreira", argumenta. Já um curso de idiomas pode interferir diretamente na seleção para um cargo almejado. "Conhecer outros idiomas é fundamental para alavancar a empregabilidade. Hoje, 90% dos processos seletivos na área corporativa tem alguma etapa em inglês", alerta Melo.
Para quem pretende ter uma mudança mais radical na vida profissional e ir atrás de um sonho em outras áreas, o caminho é um pouco mais tortuoso e arriscado. Por isso, a primeira sugestão do consultor é manter o atual emprego enquanto busca as ferramentas para uma transição saudável. "A receptividade do mercado para quem não tem experiência numa determinada área está bem complicada. Tem muita gente boa e com experiência disponível no mercado", justifica o consultor.
Se a espera por um melhor momento for inviável, a sugestão dele é empreender e investir no próprio negócio. "Essa pessoa vai sangrar mais, vai ter dificuldades, vai precisar buscar uma formação rápida, mas pode ser melhor do que ficar esperando uma resposta do mercado", pondera Melo.

SEGURANÇA
A segurança financeira é um dos principais valores do brasileiro, segundo a psicóloga e coach Gislene Isquierdo, e faz com que muita gente resista à ideia de deixar um emprego para ir atrás de um sonho. Mas, com planejamento, ela garante que é possível. "A pessoa não pode, de repente, largar tudo. Vai passar por dificuldades financeiras, vai voltar atrás e dizer que aquele sonho não é para ela. É possível fazer essa transição de uma forma mais segura", afirma.
O primeiro passo, segundo ela, é desenhar o cenário desejado de forma detalhada e específica. "Não basta ela saber que quer sair de um emprego. Ela precisa saber para onde quer ir, o que quer fazer, quanto quer ganhar, em quanto tempo. Quanto mais detalhado for esse cenário, mas fácil será concretizá-lo", explica. A partir daí, a tarefa é criar um plano de ação, com tudo o que precisa ser desenvolvido para chegar ao objetivo. "Tudo isso pode ser feito gradativamente, antes de deixar o emprego", acrescenta Gislene.

TRANSIÇÃO
A secretária executiva Maria Aparecida Fabri tem investido nessa transição gradual. Há 26 anos trabalhando em empresas de médio e grande porte, ela já se prepara para a atividade que pretende iniciar em breve e manter depois de se aposentar. "Eu gosto muito da área de imagem pessoal, assim como de atuar com treinamentos e palestras sobre a importância do profissional em secretariado para as empresas e marketing pessoal. Decidi agregar essas atividades à minha carreira e desenvolvê-las paralelamente ao meu trabalho", conta.
Para isso, ela vem fazendo cursos e estudando sobre imagem pessoal, dress code, visagismo e estratégias de estilo. Segundo Fabri, a ideia é iniciar as consultorias em dois ou três anos. "Estabeleci esse prazo porque adoro minha profissão e não pretendo deixá-la tão cedo. Atuar como consultora de imagem e treinamentos é meu objetivo imediato, pois são áreas em que posso atuar sem interferir no meu trabalho como secretária executiva", explica.