Com a inadimplência causando dor de cabeça para 59 milhões de brasileiros, o melhor remédio tem sido usar literalmente a cabeça. Isto é, cada vez mais, as pessoas estão se dando conta de que é preciso se educar financeiramente.

Com isso, as portas estão se abrindo para novos especialistas na área, como os educadores, planejadores e coaches financeiros. "Na época de hiperinflação era difícil ter um planejamento a longo prazo, mas hoje é possível simular, pensar e planejar como será o futuro. O fato é que estamos passando por um momento de crise econômica e as pessoas estão precisando de ajuda nesse sentido", comenta a planejadora financeira Lavínia Martins, diretora da Planejar (Associação Brasileira de Planejadores Financeiros).

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De acordo com ela, a Planejar conta com 3.150 profissionais certificados, mas outros 100 estão em processo para obtenção da CFP® (Certified Financial Planner). "Nosso trabalho é desenvolver a profissão de planejador financeiro no Brasil", diz.

O foco da entidade é certificar profissionais para atender pessoas físicas, mas no mercado há oportunidades de atuação também em empresas e instituições de ensino.

O diretor de unidade do IBC (Instituto Brasileiro de Coaching), Marcos Tito, conta que em relação ao coach financeiro, a maior demanda tem sido de mentoria pessoal.

Tito é Master Coach Trainer e explica que a formação nessa área possibilita uma atuação além do conhecimento em finanças. "Pois a base são os conceitos do coach, ou seja, de entender os valores e crenças do indivíduo e definir objetivos financeiros alinhados a isso", afirma.

De acordo com ele, esse subnicho tem se destacado no mercado há cerca de dois anos e os valores das sessões podem variar de R$ 200 a R$ 800 cada.

Dados do 1º Mapeamento Nacional das Iniciativas de Educação Financeira 2013 da Enef (Estratégia Nacional de Educação Financeira) mostram que das 803 iniciativas em educação financeira no País, 60% atendem somente pessoas físicas, 39% físicas e jurídicas e apenas 1% atende exclusivamente pessoas jurídicas.

O levantamento também revela que dos serviços na área de educação financeira, 57% são representados por pequenas empresas de consultoria e 25% consultores individuais. O maior foco (72%) é em treinamentos de empresas ou pessoas físicas.

Martins, diretora da Planejar, acrescenta que 70% dos profissionais associados trabalham atualmente no setor bancário e outros 30% de forma independente, como professores ou consultores.

"Cada planejador é livre para montar o negócio da maneira que deseja. Eu costumo trabalhar com pacotes, de duração de oito a 12 meses. Montamos em primeiro lugar um plano financeiro que será acompanhado mensalmente", afirma.

Segundo ela, as consultas têm duração aproximada de duas horas e a média no mercado varia de R$ 500 a R$ 800, cada. "Mas vale destacar que o custo vai depender muito também da demanda de cada indivíduo", completa.

Em relação aos educadores financeiros, a Dsop Educação Financeira capacitou na última semana mais de 30 profissionais. A organização se dedica à disseminação da educação financeira no Brasil e no mundo, e neste mês, reunirá mais de 100 educadores financeiros em uma convenção no Espírito Santo, a fim de aprimorar conhecimentos e discutir os rumos da reeducação financeira da população.

Serviço
Na internet há ferramentas para planejar e organizar as finanças. Clique aqui e veja algumas delas.