E como fica a coerência?

A sua empresa tem um Conselho de Administração? Ou ela é administrada por uma diretoria que delibera com gerentes de área?
Não importa. O que eu gostaria de saber é: "Estas pessoas são tão ‘descoladas’ quanto as propagandas e a comunicação de produtos ou serviços que vocês divulgam? Elas têm cabeça aberta? Ou só estão lá para dizer ‘sim’ ao que um Poderoso Chefão propõe?"
Gary Hamel é um dos gurus mais respeitáveis na estratégia empresarial. Ele diz algo realmente interessante a esse respeito: "Onde é mais provável encontrar pessoas com a menor diversidade de experiência, maior apego ao passado e o mais elevado índice de suposições não comprovadas?" A resposta que ele dá é: "No topo do organograma".
Peço desculpas aos meus leitores, mas eu só consigo dizer: "Amém!".
O conselho de administração ou a diretoria da empresa deveria ter pelo menos alguma semelhança, nem que discreta, com o mercado que pretende atender. Como pode, por exemplo, querer vender para mulheres e não ter ao menos uma mulher que participe do processo decisório? Incoerência? Eu prefiro chamar de inconsistência!
Então, chega de maquiagem e blá-blá-blá. Pare de sonhar que a sua empresa é a melhor do mundo quando a verdade é que as pessoas dentro dela só pensam em si mesmas. Gente sem missão pessoal jamais cumprirá a missão de uma organização.
Fica o aviso. Se você faz parte das decisões, vacine-se contra cegueira. Ouse e abra-se para ideias que libertem o seu negócio porque ‘o gargalo fica na parte de cima da garrafa’.

Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes em Londrina