Não se desvie do objetivo
Esta semana, o Haroldo, diretor de uma empresa comercial, me contava a conversa que teve com uma funcionária na tentativa de resolver o conflito que ela causava em sua área de trabalho. Ele me dizia:

- "Então ela começou a chorar, e disse que estava com um problema pessoal difícil de resolver."

Nesse ponto, eu o interrompi:

- "E você soube, afinal, que problema era esse que ela tinha?"

- "Não. Eu nem perguntei!" – respondeu. "Se eu perguntasse, é claro que ela me contaria. Mas no momento seguinte eu estaria automaticamente envolvido, mesmo que eu não quisesse. Isso funciona que nem uma carta lacrada: enquanto mantiver o envelope fechado, você nunca saberá o conteúdo. Mas se o abrir, o conteúdo se revela. Eu estava consciente de que só tinha de resolver o problema que a moça estava causando na empresa, e não sua vida pessoal."

Uau! Eu aprendi uma lição.

Quantos gestores se envolvem com coisas que nada têm a ver com a empresa por pura e desnecessária curiosidade! Isso é tolice!

A regra é: concentre-se no ponto; tenha foco.

O objetivo do Haroldo era resolver um problema que comprometia o clima da firma. Logo, não fazia sentido algum tratar de uma questão pessoal da funcionária. Seria inútil.

Permita-me repetir: "concentre-se no objetivo". Não jogue palavras fora e evite falatório. Lembre-se: "Quem fala demais, dá bom dia a cavalo". Se você quer falar com o cavalo, o problema é seu. Só não o faça quando tiver que pagar por isso, pois a conta poderá ser cara demais.

Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes em Londrina