Não deixe funcionários passarem do ponto
Todo funcionário recém-contratado é como uma fruta verde – dá esperança de que será bom e doce. Porém, muitos quando caem na rotina tornam seu dia a dia improdutivo e inútil. Seus resultados estabilizam ou até reduzem. E neste ponto eles ainda parecem frutas. Parecem frutas passadas.
Na minha casa fomos educados a não desperdiçar comida. Nossa origem vem de lugares onde não há abundância de alimentos, por isso, minha mãe separava as frutas mais maduras para a fabricação caseira de geleia ou compota. Ela as descascava, punha numa panela com água, acrescia açúcar e levava ao fogo. A água evaporava lentamente, a massa ficava livre de micro-organismos e o produto final era guardado em potes de vidro esterilizados. Assim, não tínhamos prejuízo e as frutas ganhavam vida nova como alimento por longo tempo.
Trazendo aquela experiência doméstica para o ambiente corporativo, a primeira sugestão para tratamento de funcionários maduros é: dê-lhes respeito e consideração. Isto equivale à água e ao açúcar na receita da minha mãe. Quero dizer: não deixe sua autoestima baixar e ajude-os a manterem a motivação.
Integre-os a um plano importante da empresa e dê-lhes uma missão envolvente. O próximo procedimento é submetê-los ao "fogo". Faça uma clara e franca avaliação de desempenho. Dê-lhes um feedback real. Em seguida, exponha-os ao desafio de uma reciclagem de conhecimento e de comportamento concernente à necessidade apresentada neste feedback.
O vício de colaboradores bitolados só os leva a perder a consciência da função, a visão de qualidade e da produtividade pessoal. Uma sacudida mental renovará suas perspectivas, e isto é melhor do que perdê-los.
Frutas passadas só servem mesmo para adubo. Faça tudo para que os seus funcionários jamais cheguem a esse ponto.

Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes em Londrina