Poder não é para quem quer
Em 2016, eu tive a oportunidade de participar e acompanhar a elaboração de vários planejamentos estratégicos de empresas.
Alguns me chamaram a atenção. Vi empresas que ficaram todo o tempo centradas em quanto dinheiro querem fazer. Também vi outras que tiveram seu alvo fixado em estabelecer metas de margem de ganho, mas destinaram previamente a parcela de investimento com que irão fortalecer seus valores sociais.
Não há nada errado com lucros. Tenho como princípio pessoal – e diretriz nas minhas consultorias – que Resultado Financeiro é o indicador mais realista e completo da satisfação de todas as entidades envolvidas em qualquer empresa.
Também não há problema algum em lutar pelo sucesso, assim como pelo poder de influenciar acontecimentos e pessoas. Ao contrário. Os indivíduos que se sentem impotentes e frustram-se por isso são mais perigosos para a sociedade do que os que conhecem os efeitos de sua influência, pois serão capazes de, no desespero, fazerem coisas terríveis para obrigar os demais a levá-los a sério.
Eu gosto de dinheiro e também me afeiçoo do Capitalismo. Em contrapartida, sinto haver muita coisa que não cai bem à perseguição obstinada por faturamento e lucro. Uma delas é afastar empresas e negócios de seu "porque" e não proporcionar ao cliente uma experiência emocional de consumo – o que é vital para a manutenção de muitos negócios.
Buscar exclusivamente lucro e poder sem responsabilidade e valores pode deixar quem os almeja numa posição em que a única coisa pior do que não atingi-los seja alcançá-los.

Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes em Londrina