"O que se vê hoje em dia é que a maioria (dos líderes) acabaram se tornando operadores de gestão", avaliou Silvio Celestino
"O que se vê hoje em dia é que a maioria (dos líderes) acabaram se tornando operadores de gestão", avaliou Silvio Celestino | Foto: Divulgação



Em primeiro lugar, uma correção. O departamento de Recursos Humanos (RH) foi promovido a departamento de Desenvolvimento Humano (DH). Essa é uma das mudanças que o universo corporativo está prestes a vivenciar.

Ora, se atualmente a gestão de pessoas tem sido o maior desafio para as empresas, nada mais lógico que o setor de RH acompanhe essa onda. Mas essa adaptação ainda está sendo estudada por muitos profissionais da área. Todos querem saber qual será a nova "cara" do RH nas organizações.

Em busca de algumas respostas, a Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento, regional Paraná (ABTD/PR), reunirá na próxima sexta-feira (3), em Londrina, um time de especialistas no I Fórum 2017 dos Profissionais de RH, realização da FOLHA.

O evento terá como tema "RH: Tendências de Capital Humano para 2017 – Forças da Mudança Global", que será esmiuçado pelos palestrantes Américo Figueiredo, COO (Chief Operating Officer) na Fellipelli Consultoria de Diagnóstico e Desenvolvimento Organizacional; Karin Parodi, fundadora da Carrer Center, empresa com atuação global e debatedora convidada em eventos de management de padrão internacional; Vania Ferrari, eleita a melhor palestrante no CONARH 2016, e Silvio Celestino, um dos mais renomados consultores de Liderança e Coaching do Brasil.

"O RH precisa ser fomentado dentro de cada gestor. Um erro de muitos executivos é acreditar que as funções do RH sejam atribuições apenas do departamento. É a mesma coisa de pensar que o único departamento que tem que se preocupar com os resultados da empresa é o de vendas e financeiro. O que não é verdade", afirma Celestino.

E se a projeção do especialista se confirmar, as empresas devem estar preparadas para uma crise internacional até 2020. "Os profissionais de RH precisarão estar prontos para transmitir a realidade para os colaboradores sem fazer com que eles percam o ânimo e o mais importante, ter condições para habilitar os líderes para que eles tenham criatividade e resiliência para enxergar novos caminhos", diz.

Para Celestino, o RH então tem a missão de inspirar os líderes e ao mesmo tempo, fazer com que eles se apropriem das funções que lhes cabem."Este evento é exatamente para apontar quais são os melhores meios para isso", acrescenta a vice-presidente da ABTD/PR e coordenadora do Fórum, Hialony Rodrigues.

Ela comenta que o objetivo é munir os participantes com informações sobre como as equipes de desenvolvimento humano podem ajudar no processo de gestão de líderes.

FUTURO

No evento, Celestino fará o lançamento do livro "O Líder Transformador – Como transformar pessoas em líderes". De acordo com ele, 85% dos novos líderes não são treinados para tal função.

"O que se vê hoje em dia é que a maioria (dos líderes) acabaram se tornando operadores de gestão, ou seja, com uma agenda repleta de reuniões e funções operacionais. Então, o livro chama atenção para o indivíduo ser de fato, um líder de pessoas com foco no desenvolvimento delas", comenta.

Esse "despertar" da liderança já foi apontado como uma tendência no estudo global da Deloitte sobre capital humano, no ano passado. A pesquisa envolveu mais de sete mil líderes de RH e de negócios de 130 países, incluindo o Brasil.

De acordo com o texto, alguns fatores estão impulsionando mudanças para as funções de RH e assim, os modelos organizacionais estão se desconstruindo e os negócios, se reinventando para operar como redes de equipes.

Com isso, a leitura que se tem do estudo é de que líderes de todas as idades, gêneros e culturas deverão assumir as rédeas em organizações. Entretanto, fica a dúvida: "eles estão prontos para assumirem um mercado cada vez mais complexo?"

Para Celestino, a resposta é sim, ao considerar que a nova geração tem uma característica notável de "enxergar o todo". Isso significa, segundo ele, que esses futuros líderes entendem a importância dos resultados, e que estes serão consequência do trabalho das equipes e o clima do ambiente.

A pesquisa do Hay Group sobre a Liderança em 2030 ressalta que "os líderes do futuro deverão ser capacitados a pensar estratégica e conceitualmente, ter uma integridade profunda e abertura intelectual, descobrir novas formas de criar lealdade, liderar equipes cada vez mais diversas e independentes sobre as quais nem sempre terão autoridade direta e renunciar seus próprios poderes a favor de abordagens colaborativas dentro e fora da organização."

"O que me preocupa nessa geração é que muitos membros ainda não passaram por uma crise verdadeira na gestão do tipo: ou demitimos 3 mil funcionários ou a empresa fecha. Isso é algo que a gente ainda precisa ver como esse pessoal vai se sair. Mas sou extremamente otimista", conclui Celestino.

Serviço
1º Forum 2017 dos Profissionais de RH

Quando: 03 de março, das 8h às 17h
Onde: Auditório Edifício Twin Towers (Av. Tiradentes, 501)
Investimento: R$ 380 em até 2x / R$ 280 à vista / associados da ABTD/PR ganham 02 cortesias
Inscrições e informações: www.abtdpr.com.br