Os oito sindicatos que representam os mais de 26 mil vigilantes do Paraná aprovaram, em assembleias realizadas na noite de quarta-feira (23), um indicativo de greve por tempo indeterminado a partir do dia 1º de fevereiro. Os trabalhadores reivindicam, além de reajuste salarial, o pagamento de um adicional de periculosidade, no valor de 30%, por parte das empresas.

O benefício, aprovado pela presidente Dilma Rousseff em dezembro de 2012, altera o artigo 193 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e é válido para todos aqueles que exercem atividades consideradas perigosas.

Segundo o presidente do Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e região, João Soares, a paralisação irá afetar o funcionamento das agências bancárias e de outros setores da economia que precisam de segurança privada, como transporte de valores, comércio e indústria. "A proposta apresentada pelas empresas foi rejeitada pela unanimidade dos trabalhadores em todo o Estado. Elas queriam completar os 30% (do adicional), mas aí não iriam conceder o reajuste da data-base, que se aproxima de 7%. Ou seja, dão com uma mão e tiram com a outra. A categoria não pode aceitar, porque é uma perda que jamais seria recuperada", disse.

De acordo com Soares, o salário inicial de um vigilante no Paraná é de R$ 1.140. Atualmente, os trabalhadores já recebem 15,5% de adicional de risco de vida.

A reportagem procurou o Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Paraná (Sindesp) às 11h e aguarda um posicionamento. No dia 8 de janeiro, quando os vigilantes anunciaram que poderiam cruzar os braços, o Sindesp emitiu uma nota informando que a concessão do benefício só aconteceria após a "efetiva regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, como previsto na mencionada Lei". "Diante disso, conforme se constata, não há o que se falar em pagamentos de qualquer natureza", dizia trecho do documento.