Curitiba - As vendas industriais paranaenses acumularam alta de 2,68% até o mês de novembro em comparação com o mesmo período de 2011. Este desempenho fica próximo da estimativa de crescimento de 3%, projetada pelos economistas da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) no início de 2012. Os dados foram divulgados ontem.
Após um aumento de 7,01% em outubro, as vendas caíram 0,36% em novembro, mas o resultado era esperado, conforme reforçou a entidade. No acumulado dos 11 meses do ano passado em relação ao mesmo período de 2011, 12 dos 18 gêneros estão positivos. As três atividades com maior expansão foram material eletrônico e de comunicações (23,89%), têxteis (19,71%) e veículos automotores (18,16%). Por outro lado, na mesma base de comparação, os três setores com maiores reduções foram edição e impressão (17,20%), metalúrgica básica (16,33%) e móveis e indústrias diversas (15,49%).
Já a performance de um mês para outro foi puxada pelos resultados negativos de oito dos 18 gêneros pesquisados pela Fiep, dentre eles dois dos setores de maior participação na indústria do Estado: refino de petróleo e produção de álcool (-13,98%), devido à redução na produção de álcool; e veículos automotores (-5,29%), que retorna ao nível normal de vendas sem a influência do fim de incentivos fiscais. As maiores quedas ficaram por conta de metalurgia básica (-26,98%), após um aumento de 78,57% em outubro, e produtos têxteis (-16,79%), devido à redução sazonal.
Na outra ponta, os gêneros que apresentaram os maiores aumentos em novembro foram edição e impressão (+59,94%), por conta do aumento da demanda por material didático; material eletrônico e de comunicações (+43,80%), devido ao retorno ao nível normal após queda de 39,80% em outubro; e vestuário (+26,52%), que se beneficiou das vendas da moda primavera/verão.

Resultado
Para o economista da Fiep Roberto Zurcher este resultado era esperado para o período. "Novembro normalmente é um mês de desaceleração em várias atividades, como pudemos constatar em relação a outubro. Atividades de maior peso registraram quedas, mas por outro lado, setores sazonais tiveram um ganho, como no caso de edição e impressão, principalmente por conta da produção de material didático para o próximo ano letivo, que é finalizada e repassada para o comércio já em novembro", destacou.
Zurcher ressaltou que nas vendas acumuladas do ano, o resultado mais positivo se deve ao setor de veículos automotores (18,16%), principalmente por causa do aumento do crédito disponível no mercado e também por conta da iniciativa do governo federal ao manter o incentivo fiscal. "Sem dúvida, entre as atividades de maior peso no Estado, a venda de automóveis teve o melhor desempenho. Até porque a atividade de alimentos e bebidas (-4,22%) sofreu um baque no início do ano por causa da estiagem. Além disso, a alta demanda por combustível também fez o refino de petróleo e produção de álcool (4,97%) terem um crescimento durante o ano", disse o economista.

2013
Zurcher lembrou que ainda não foi feita uma projeção sobre as vendas industriais para este ano. Entretanto, ele acredita que o panorama deva ser melhor que o registrado em 2012. Ele também afirmou que a indústria do Paraná vem se recompondo da crise de 2008 e 2009, superando inclusive o crescimento médio da indústria brasileira. "Nos últimos anos a indústria paranaense vem se destacando da média nacional. E agora esperamos que o mercado norte-americano e o europeu se recuperem porque tudo isto acaba refletindo no desempenho das vendas nacionais", completou.

Imagem ilustrativa da imagem Vendas industriais crescem 2,68% no PR