São Paulo - Os emplacamentos de veículos novos no mercado nacional totalizaram 257.875 unidades em abril, conforme divulgação realizada ontem pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). O resultado representou um recuo de 14,20% ante março de 2012 e um declínio de 10,82% ante abril do ano passado.
Os dados anunciados incluem automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. Nos quatro primeiros meses de 2012, foram vendidas 1.076.167 unidades, o equivalente a uma baixa de 3,42% ante igual período do ano passado.
Quando se considera o desempenho de todos os segmentos (motos, implementos rodoviários e máquinas agrícolas), o setor automotivo vendeu 406.496 unidades em abril, o que significou um decréscimo de 15,96% ante março deste ano e uma queda de 9,95% ante abril de 2011. Entre janeiro e abril de 2012, as vendas somaram 1.714.720 unidades, o que representou recuo de 2,52% ante os primeiros quatro meses do ano passado.
Máquinas agrícolas
O levantamento divulgado ontem pela Fenabrave mostrou que a venda de máquinas agrícolas cresceu 5% em abril em relação a março, para 4.981 unidades. Na comparação com abril de 2011, houve avanço de 4,84%. No acumulado de 2012, as vendas de máquinas agrícolas apresentaram expansão de 7,36% ante o mesmo período de 2011, para 18.061 unidades.
Análise
O aumento na restrição ao crédito para o financiamento de veículos, em função da elevação atual da inadimplência no País, foi o grande responsável pela queda das vendas do setor em abril, segundo o presidente da Fenabrave, Flávio Meneghetti. Para ele, os efeitos da inadimplência sobre o crédito podem ter atingido o ápice no mês passado. Segundo ele, a tendência para os próximos meses é de um cenário melhor.
''Houve uma nova classe média que surgiu e que passou a ter novas condições de consumo. O que, talvez, tenha acontecido é que, nos anos de 2009 e 2010, os critérios de crédito estavam um pouco mais frouxos e essa nova classe não estava acostumada a consumir neste nível'', comentou Meneghetti, lembrando o alto custo que um indivíduo tem para manter um carro, além de grande número de parcelas de financiamento. ''Esta nova classe média está agora aprendendo a conviver com isso e, pelas expectativas que temos por meio de dados da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), este problema tende a diminuir'', afirmou.
''A inadimplência está no pico'', destacou Meneghetti. ''Mas a tendência é diminuir, até porque a massa salarial continua crescendo, os juros internos estão caindo e isso tudo faz com que os orçamentos das famílias fiquem um pouco mais folgados.''
A Fenabrave informou também que revisou para baixo, de 4,5% para 3,5%, a projeção de crescimento para as vendas de automóveis e comerciais leves em 2012. Segundo estimativas da consultoria MB Associados para a entidade, o total de veículos vendidos neste ano deverá somar 3.545.584 unidades. Entre janeiro e abril deste ano, o recuo na comercialização deste segmento foi de 3,14% ante o mesmo período do ano passado, para 1.017.506 unidades.
Para Meneghetti, a tendência é que o segundo semestre de 2012 seja melhor para o segmento de veículos do que o primeiro. É justamente esse sentimento, amparado numa projeção de crescimento de 3% para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, que faz a Fenabrave acreditar que as vendas de automóveis e comerciais leves ainda vão crescer 3,5% no ano.

Imagem ilustrativa da imagem Vendas de veículos caem 3,42% no quadrimestre