São Paulo - Mais um indicador reforça que a retomada da atividade econômica será lenta e por etapas em 2017, conforme análise do mercado, ao avaliar a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS). Depois de crescer 0,7% em dezembro, o volume de serviços caiu 2,2% no primeiro mês do ano, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A piora foi puxada pelas fortes quedas em serviços prestados às famílias, serviços profissionais e outros serviços, ressalta análise da MCM Consultores. "A redução de 14,5% em serviços profissionais administrativos e complementares foi o que mais chamou a atenção. A abertura do segmento mostrou queda generalizada", afirma.

Para a Rosenberg Associados, os dados da PMS corroboram a sensação de que a recuperação se dará de forma gradual, sem grandes saltos. Como o setor de serviços foi o último a refletir os efeitos da recessão, deverá, por seu turno, também ser o último a retomar o crescimento, conforme nota da consultoria.

Como o declínio de 2,2% no volume de serviços em janeiro veio mais intenso que o estimado pela MCM Consultores, que era de retração de 0,7%, a instituição reforça que o resultado gera preocupação. Isso porque, explica, segmentos ligados à indústria seguem apresentando resultados ruins, mesmo com a relativa estabilização da atividade industrial.

Enquanto alguns setores da indústria dão indícios de sutil retomada, a Rosenberg Associados observa que alguns segmentos de serviços que mais respondem à crise devem levar mais tempo para mostrar recuperação, pois ainda refletem as dificuldades por que passam as empresas.

A Rosenberg cita a forte queda em serviços técnico-profissionais, de 23,9% em relação a janeiro de 2016, que englobam, dentre outros serviços, atividades jurídicas, de contabilidade e de consultoria empresarial, publicidade e pesquisa de mercado.

Outro destaque negativo, reforça a Rosenberg, foram as retrações registradas em categorias ligadas ao turismo, como a de 19,8% em Transporte aéreo e de 13% em Serviços de Alojamento e Alimentação. "São também setores muito sensíveis à atividade econômica e que deverão mostrar mais lentidão na retomada, embora, a partir de março, possam mostrar algum alívio com a injeção de recursos na economia via liberação do FGTS das contas inativas", estima.