Imagem ilustrativa da imagem Sercomtel vai tomar R$ 75 mi no mercado
| Foto: Anderson Coelho
"A Sercomtel vem estudando isso (busca de recursos) há dois anos", diz o presidente da telefônica, Guilherme Casado
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Pela primeira vez em sua história, a Sercomtel irá ao mercado financeiro buscar recursos para investir em expansão. Serão R$ 75 milhões obtidos por meio de Fundo de Investimento de Direito Fiduciário (FDIC) ou de emissão de debêntures. Juntando outros R$ 65 milhões de capital próprio, a empresa londrinense de economia mista se prepara para fazer também o maior investimento de sua história: R$ 140 milhões.
O presidente da telefônica, Guilherme Casado, explica que estão sendo analisadas propostas de quatro instituições financeiras: Bradesco BBI, Planner Assessoria Financeira, Tercon Consultoria Empresarial e RB Capital. As três primeiras ofereceram a constituição de FDIC e a última, a emissão de debêntures não conversíveis em ações. "A Sercomtel vem estudando isso (busca de recursos) há dois anos", conta. Segundo ele, a empresa até hoje se financiou com dinheiro próprio, o que seria incomum no setor de infraestrutura, que requer recursos muito volumosos.
Casado diz que, ainda em setembro, a empresa terá de decidir por uma das quatro propostas. "Estamos avaliando taxa de juros, período de carência, prazo para remuneração dos agentes fiduciários ou dos debenturistas", ressalta. Após a decisão, o agente financeiro terá até 120 dias para repassar os recursos. "Os investimentos serão feitos no ano que vem."
Segundo o presidente, dos R$ 65 milhões próprios que serão investidos, R$ 30 milhões virão de imóveis e salas comerciais que a empresa tem nas avenidas Higienópolis e João Huss. Outros R$ 15 milhões serão obtidos com a venda de 30 torres de transmissão. "Nenhuma operadora mais trabalha com torres próprias. Então, vamos alienar e locar", justifica. O valor restante, R$ 20 milhões, Casado pretende obter por meio de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) em troca de multas da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) por investimentos. Em média, de acordo com Casado, a empresa vem investindo R$ 20 milhões por ano. Ou seja, em 2017, ela pretende investir sete vezes mais.

INVESTIMENTOS
Com autorização da Anatel para oferecer telefonia fixa e banda larga em todo o País, a Sercomtel deverá aportar a maior parte dos novos investimentos, R$ 70 milhões, em expansão desses serviços para os municípios com população acima de 30 mil habitantes do Paraná e do Sul de São Paulo, como Ourinhos, Assis, Presidente Prudente e Marília. "É ai onde brilham nossos olhos", declara o presidente.
Outros R$ 35 milhões irão para expansão em telefonia móvel (4G). Hoje, a empresa oferece celular somente em Londrina e Tamarana. Quer ir vai para Apucarana, Arapongas, Cambé, Rolândia, Ibiporã e Cornélio Procópio. Parte do valor também será utilizado na atualização da rede 4G em Londrina.
Esse aumento da rede, segundo Casado, só é possível devido ao Plano Geral de Metas de Competitividade (PGMC), implantado em 2013 pela agência reguladora. Seu objetivo é permitir que as pequenas operadoras possam competir com as gigantes. "O grande problema para expandir a telefonia móvel era que o cliente pagava um deslocamento muito caro quando saía da minha rede", conta. Por meio do PGMC, esse valor, de acordo com ele, foi reduzido a ponto de permitir à Sercomtel oferecer planos competitivos em outras cidades.
A telefônica municipal utilizará ainda R$ 20 milhões para quitar um débito de ICMS com o governo do Estado contraído pelo Bom Emprego. O programa permite às empresas paranaenses fracionarem o valor do imposto em 60 vezes para ser pago no futuro. Segundo Casado, os juros que a Sercomtel pagará ao mercado financeiro são menores que os do Bom Emprego, o que justifica antecipar a quitação do débito.
Por fim, a companhia vai utilizar R$ 15 milhões para reforço de caixa. "Como vamos investir em novas tecnologias, vamos comprar muitos equipamentos, teremos de ter um fluxo de caixa adicional para estabelecermos novas parcerias e, eventualmente, ampliar nosso investimento em publicidade", justifica.