Imagem ilustrativa da imagem Saldo de empregos no Paraná termina positivo em setembro



As contratações superaram as demissões no Paraná no mês de setembro, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado nesta quarta-feira. Dos oito setores de atividade econômica divididos no levantamento, cinco tiveram saldo positivo no mês passado ante agosto – o primeiro mês com resultado positivo para os paranaenses desde janeiro. Em âmbito nacional, o Brasil segue uma trajetória de redução nas demissões, mas o saldo permanece negativo.
No Paraná, as contratações superaram em 413 postos as demissões no mês de setembro. A alta é de 0,02%, quando comparado com agosto. O resultado positivo foi registrado devido às contratações no agronegócio, comércio, serviços e na indústria da transformação.
Entretanto, desde janeiro, os paranaenses já fecharam 21.225 postos de trabalho (-0,8%) e, em 12 meses, o resultado é ainda pior: 84.275 postos fechados de outubro de 2015 até o mês passado, uma variação de -3,10%.
O desempenho do Paraná também influenciou no resultado da Região Sul, que teve saldo positivo de 3,5 mil contratações – boa parte ocorrida em Santa Catarina, segundo constatação do Ministério do Trabalho e Emprego sobre os números do Caged. Neste caso, pesam o desempenho da indústria têxtil, forte naquele Estado e em algumas regiões paranaenses, como Maringá e Cianorte.
O economista do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), Francisco Castro, considera que o desempenho do comércio exterior paranaense corresponde às contratações no campo. "O Paraná liderou as exportações de sete produtos ligados ao agronegócio. Se tem aumento na demanda externa por produtos, certamente vai ter uma interferência nos empregos", afirma. Ele ainda recorda que as exportações representaram 12% da economia paranaense.
O economista da Fundação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Roberto Zurcher, afirma que a reação da indústria da moda puxa o desempenho da indústria ao começar a preparar a coleção para o verão, assim como as indústrias química, metalúrgica e mecânica – esta última, também por um movimento sazonal, devido à demanda por eletrodomésticos que aumenta em dezembro. Os dois últimos setores também têm influência na produção de máquinas agrícolas.
Zurcher, entretanto, não considera que os números possam demonstrar uma tendência de recuperação. "No atual cenário, mudança de comportamento só pode ser avaliado depois de três meses consecutivos. Mas não deixa de ser uma notícia positiva", pondera.
Em âmbito nacional, o Brasil teve resultado negativo em seis dos oito setores econômicos – apenas a indústria de transformação e o comércio tiveram resultados positivos, com 9.363 e 3.940 contratações a mais que demissões em todo o País.
O Nordeste foi a região com melhor desempenho com saldo expressivo de 29.520 postos de trabalho a mais em setembro quando comparado com agosto. O resultado vem, principalmente, de atividades ligadas ao complexo sucroalcooleiro e às atividades de cultivo de uva. Com mais de 63,5 mil demissões, o Sudeste teve retração de 0,31%.