A Superintendência da Receita Federal para os estados de Paraná e Santa Catarina recolheu R$ 93,794 bilhões e contribuiu para que a arrecadação nacional do órgão ultrapassasse pela primeira vez a barreira do R$ 1 trilhão em 2012. Apesar do recorde com R$ 1,029 trilhão, os números do balanço divulgado ontem ficaram abaixo da estimativa anterior de atingir ao menos 1% de crescimento em todo o País.
No Paraná e Santa Catarina, houve crescimento de 8,4%. O valor, corrigido pela inflação oficial do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), passou de R$ 86,490 bilhões em 2011 para R$ 93,794 no ano passado. Em todo o País, a alta foi de 0,7% no total corrigido, o que é explicado porque os dois estados tiveram crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) acima da média nacional, segundo o assistente de comunicação da superintendência, Vergílio Concetta. Sem considerar a inflação, a arrecadação aumentou 6,1% no País em relação a 2011 e nos dois estados da superintendência, em 14,2%.
A arrecadação de dezembro fechou em R$ 9,179 bilhões na região em 2012, 3,1% maior do que os R$ 8,897 bilhões corrigidos de 2011. Em todo o País, a Receita recolheu R$ 103,246 bilhões, crescimento real de 0,96% em relação ao mesmo mês de 2011 e o segundo melhor resultado para o mês, só atrás dos R$ 105,1 bilhões de de 2010.
Concetta afirma que as medidas do governo federal como desonerações de impostos para facilitar o consumo e da folha de pagamento para reduzir os custos de produção, além da crise econômica mundial, levaram ao crescimento abaixo do esperado. "Na região da superintendência, o bom desempenho até junho fez com que o resultado do ano não fosse tão fraco", explica.

No País
De acordo com informações da Receita Federal, as vendas de bens e serviços aumentaram 8% no ano passado e da massa salarial subiram 12,4% no acumulado até novembro em todo o território nacional, mas a queda de 2,53% na produção industrial no mesmo período derrubou o resultado abaixo das expectativas. Isso ocorre porque a indústria é mais representativa na arrecadação do que outros setores da economia.
Mesmo assim, as contribuições para a Previdência Social foram as que mais contribuíram para a arrecadação total fechar o ano com crescimento real. O aumento de receita no ano passado foi R$ 16,5 bilhões maior do que o de 2011, com variação positiva de 5,63% já corrigida pelo IPCA.
Na sequência aparece o grupo formado por tributos que incidem sobre o faturamento, o Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), que refletem o comportamento das vendas. O aumento de receita foi de R$ 10,1 bilhões em 2012, um crescimento real de 4,68%.
Por outro lado, a arrecadação real do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) caiu 14,29% e foi R$ 5,1 bilhões menor em 2012 do que em 2011. Os motivos foram o fraco desempenho industrial do País e a desoneração de setores como o automotivo, de móveis e da linha branca de eletrodomésticos. Outros tributos que tiveram queda foram o Imposto de Renda Pessoa Jurídica e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, além da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), zerado para impedir que o reajuste da gasolina e do diesel nas refinarias chegasse aos consumidores. (Com Agência Brasil)