Rio - A produção industrial caiu 0,2% em setembro ante agosto, na série com ajuste sazonal, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ao divulgar a Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física (PIM-PF). O resultado veio dentro das expectativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que iam de queda de 0,30% a expansão de 2,00%, e em cima da mediana prevista de 0,20%.
Em relação a setembro de 2013, a produção caiu 2,1%. Nesta comparação, as estimativas variavam de um recuo entre 0,20% e 3,50%, com mediana negativa de 1,60%. No ano, a produção da indústria acumula queda de 2,9%. Em 12 meses, a produção caiu 2,2%.

Bens de capital


A produção da indústria de bens de capital cresceu 1,9% em setembro ante agosto. Na comparação com setembro de 2013, o indicador mostra queda de 7,9%. No acumulado de janeiro a setembro de 2014, houve queda de 8,2% na produção de bens de capital. Já no acumulado em 12 meses, houve queda de 4,3%.
Em relação aos bens de consumo, a pesquisa registrou alta de 1,0% na passagem de agosto para setembro. Na comparação com setembro do ano passado, houve recuo de 0,5%. No acumulado do ano, a queda é de 2,2%, enquanto a taxa em 12 meses é de -1,7%.
Na categoria de bens de consumo duráveis, o mês de setembro registrou alta de 8,0% ante agosto e queda de 7,3% em relação a setembro de 2013. Entre os semiduráveis e os não duráveis, houve aumento na produção industrial de 0,8% em setembro ante agosto e avanço de 1,6% na comparação com setembro do ano passado.
Para os bens intermediários, o IBGE informou que o indicador teve queda de 1,6% em setembro ante agosto. Em relação a setembro do ano passado, houve recuo de 1,7%. No acumulado de janeiro a setembro, o instituto observou queda de 2,5%, enquanto a taxa em 12 meses ficou em -2,2%.

Atividades


Apesar de ter registrado recuo de 0,2% na produção em setembro ante agosto, a indústria mostrou um predomínio de taxas positivas entre as atividades pesquisadas. Apenas sete dos 24 setores tiveram queda, segundo os dados da pesquisa industrial do IBGE. "Há melhora de ritmo claramente. Há ganho acumulado de 1,1%", disse André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE. "São duas coisas, há melhora nos últimos três meses, com saldo positivo, mas insuficiente para eliminar as perdas mais recentes", ponderou. Segundo ele, a perda acumulada pela indústria foi de 3,3% de março a junho. "Ainda há espaço importante a ser percorrido no sentido de eliminar aquelas perdas observadas", disse Macedo.
Entre os 15 ramos que aumentaram a produção em setembro ante agosto, o maior impacto positivo foi da maior fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias. O crescimento chegou a 10,1%, maior taxa desde fevereiro de 2012, quando a produção cresceu 12,1%. "Muito desse crescimento de julho e agosto na indústria teve ligação com o avanço de veículos automotores, seja porque houve melhora mesmo, seja porque a base de comparação era suprimida", apontou Macedo.
A produção de veículos teve o terceiro resultado positivo consecutivo em setembro, acumulando nesse período uma expansão de 24,2%. Ainda assim, o crescimento não foi suficiente para reverter as quedas registradas nos quatro meses anteriores, período em que acumulou um recuo de 28,0%.
"Veículos automotores é o setor que move a expansão (da indústria) e que tem a mesma lógica (da indústria). O saldo positivo dos últimos três meses também foi insuficiente para eliminar as perdas acumuladas de março a junho", contou. Macedo lembrou que o setor ainda está muito marcado pela concessão de férias, jornada de trabalho reduzida e regimes de layoffs. "O nível de estoque para essa atividade ainda se encontra bem acima do seu patamar habitual", apontou. Com o resultado de setembro, a produção industrial ficou 6,3% abaixo do pico da série histórica, registrado em junho de 2013.


Apenas sete dos 24 setores pesquisados tiveram queda