Brasília - Sob influência dos dados de inflação de setembro, os economistas do mercado financeiro elevaram suas projeções para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) - o indicador oficial de preços - para este ano. O Relatório de Mercado Focus, divulgado na manhã desta segunda-feira, 9, pelo BC, mostra que a mediana para o IPCA em 2017 foi de 2,95% para 2,98%. Há um mês, estava em 3,14%. A projeção para o índice de 2018, por sua vez, caiu de 4,06% para 4,02%, ante 4,15% de quatro semanas atrás.
Na prática, as projeções de mercado divulgadas no Focus indicam que a expectativa é que a inflação fique abaixo do piso da meta, de 3,0%, em 2017. O centro da meta para este ano e o próximo é de 4,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual (inflação de 3,0% a 6,0%).
Na última sexta-feira, 6, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou que o IPCA de setembro subiu 0,16% - que correspondeu ao teto das projeções do mercado financeiro. No ano, a inflação acumulada é de 1,78% e, nos 12 meses até setembro, de 2,54%.
As projeções desta segunda do Focus também foram influenciadas pelo anúncio, feito no fim dia 29 pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), de adoção da bandeira vermelha patamar 2 na conta de luz em outubro.
Em 21 de setembro, o BC havia atualizado no RTI (Relatório Trimestral de Inflação) suas projeções para o IPCA: 3,2% em 2017, 4,3% em 2018, 4,2% em 2019 e 4,1% em 2020.
Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2017 no Focus foi de 2,81% para 2,92%. Portanto, estas casas também preveem que o BC não cumprirá a meta, já que a inflação ficará abaixo do piso de 3%. Para 2018, a estimativa do Top 5 permaneceu em 4,09%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de 3,15% e 4,19%, respectivamente.
O Relatório de Mercado Focus indicou elevação na projeção para os preços administrados neste ano. A mediana das previsões do mercado financeiro para o indicador em 2017 foi de alta de 6,50% para avanço de 6,60%. Para 2018, a mediana permaneceu em 4,70%. Há um mês, o mercado projetava aumento de 6,43% para os preços administrados em 2017 e elevação de 4,70% em 2018.
Os economistas do mercado financeiro também mantiveram suas projeções para o PIB (Produto Interno Bruto) em 2017. A expectativa de alta para o PIB deste ano seguiu em 0,70%. Para 2018, o mercado elevou a previsão de alta do PIB, de 2,38% para 2,43%. Quatro semanas atrás, a expectativa estava em 2,10%.

CÂMBIO
O Relatório de Mercado Focus mostrou também que a projeção para a cotação da moeda americana no fim de 2017 seguiu em R$ 3,16. Há um mês, estava em R$ 3,20. O câmbio médio de 2017 seguiu em R$ 3,17 ante R$ 3,18 de um mês antes. No caso de 2018, a projeção para o câmbio no fim do ano permaneceu em R$ 3,30. Quatro semanas antes, estava em R$ 3,35. Já a projeção para o câmbio médio no próximo ano permaneceu em R$ 3,24 ante R$ 3,30 de quatro semanas atrás.

JUROS
Mesmo após a divulgação dos dados de inflação de setembro, os economistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções para a Selic (a taxa básica de juros) para o fim de 2017 e 2018. O Relatório de Mercado Focus trouxe nesta segunda-feira que a mediana das previsões para a Selic este ano permaneceu em 7,00% ao ano. Há um mês, estava em 7,00%. O levantamento indicou ainda que a mediana das projeções dos economistas para a Selic no fim de 2018 seguiu em 7,00% ao ano, ante 7,25% de um mês atrás.