O crescimento de praticamente 3% do PIB do agronegócio no primeiro quadrimestre foi recebido de maneira positiva pela Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar). O assistente técnico e econômico da entidade Robson Maffioletti relembra que o último Boletim Focus, divulgado pelo Comitê de Política Monetária (Copom), estimou o PIB nacional na casa dos 2%, mas em frequente queda nos últimos meses. "Vale lembrar que no início do ano a estimativa era de 3,5%. Pensando desta forma, vemos que a situação do agronegócio é bem mais interessante."
Para o especialista, os preços se mantiveram em bons patamares em 2013, sem falar que a safra está cheia, sem quebras significativas. "No segundo semestre do ano passado, os valores estavam melhores para o produtor, mas as perdas foram grandes em algumas regiões do Estado", salienta ele.
Outro número importante lembrado por Maffioletti foi o da pecuária – com alta nacional de 5,6% - e destaque especial para a avicultura, forte no Estado, suinocultura e bovinocultura que, apesar da desaceleração observada neste ano, tiveram desempenho superior aos quatro primeiros meses de 2012. "Certamente o setor de carnes também está positivo no Paraná, que possui atuação bem diversificada."
Em relação ao faturamento das culturas divulgado pela CNA e Cepea, o assistente técnico da Ocepar considera alguns números importantes para o Estado, como o aumento do preço do trigo (91,9%), soja (32,8%) e mandioca (24,7%). "O trigo é sempre o patinho feio da balança, mas deve ter peso importante neste segundo semestre, já que a safra paranaense será positiva, com estimativa de 2,7 milhões de toneladas."
Por fim, Maffioletti não quis arriscar um valor para o PIB do agronegócio paranaense, mas estimativas de mercado estipulam que ele deve fechar o primeiro semestre com crescimento entre 4% e 5%. "O agronegócio tem ajudado a economia, principalmente porque a indústria tem sofrido neste momento. Em relação às cooperativas, a nossa expectativa é que o crescimento fique acima de 10%", complementa.
A FOLHA também entrou em contato com a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) para repercutir os números, mas a entidade não quis se manifestar ontem sobre o assunto.