A ampliação da pista do Aeroporto Governador José Richa e a instalação de equipamentos de auxílio à navegação aérea estão no projeto de melhorias da Infraero para o terminal londrinense, mas o início das obras depende da finalização de um projeto de engenharia e da conclusão do processo de desapropriação de imóveis que se estende por mais de 20 anos.
O Plano Diretor aprovado pela Infraero prevê a extensão da pista de pouso e decolagem em 600 metros no sentido da Estrada do Limoeiro e a construção de uma nova pista de taxiamento paralela à pista principal, além do remanejamento ou instalação de instrumentos de auxílio à navegação. Mas a licitação das obras de melhoria só será feita após a conclusão do projeto de engenharia, que começou a ser elaborado neste semestre e tem prazo de conclusão até 31 de dezembro de 2018.
A empresa responsável foi contratada por R$ 2,8 milhões. "A empresa tem que apresentar tudo para que as obras comecem", destacou o gerente de Gestão Operacional e de Segurança Aeroportuária do aeroporto em Londrina, Wander Silvio Melo Junior.
O gerente explicou à comissão que está previsto ainda o aumento do terminal de passageiros, que hoje comporta três aeronaves em posição de embarque e, após a reforma, irá abrigar sete aeronaves. A obra inclui melhorias na estação meteorológica, que irá emitir dados mais precisos, e também irá viabilizar a instalação do DVO-R, equipamento que indica a distância da aeronave até o aeroporto e a sua altitude, e do ILS CAT I, que informa o comandante da aeronave a localização do eixo da pista mesmo em condições climáticas desfavoráveis. "Para chegar ao ILS CAT I não é um trabalho da Infraero apenas. É um trabalho também da aeronáutica. O aeroporto deve estar homologado para a operação e a aeronave deve ter todos os sistemas requeridos e a tripulação treinada", destacou Melo Junior.
Economista da Codel (Instituto de Desenvolvimento de Londrina), Rubens Bento está há 48 anos no órgão e há 21 trabalha nas desapropriações dos imóveis no entorno do aeroporto. São 107 imóveis na lista de desapropriações. Em 2015 foram desapropriadas 38 unidades, em 2016 foram 16 e 2017 deve terminar com um total de 36 desapropriações. "Tem 12 ações judiciais aguardando sentenças e das 107, apenas três discordaram do valor oferecido pelo município. Faltam só quatro casas para demolir, uma oficina de aviões, que só tem sentido de existir no aeroporto, e três chácaras. Esses estão mais complicados", disse Bento.
"As obras no aeroporto são importantes para a logística de transporte das nossas empresas. A Sandoz (indústria farmacêutica instalada em Cambé), por exemplo, poderia fazer uma central de distribuição via aérea, mas a pista precisa ser ampliada e precisaria ter um representante da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no aeroporto. Todos esses temas fazem com que a logística em torno da cidade fique mais ágil e mais atrativa", frisou o presidente da Acil, Cláudio Tedeschi.
"Queremos uma estimativa de valores dessas obras antes de 2019 para que os deputados já possam trabalhar com a União para pleitear recursos", disse o deputado Tiago Amaral.(S.S.)