Curitiba - Uma greve pode parar por 24 horas todos os portos do País no dia 19 deste mês se o governo não recuar em pontos chave da medida provisória que reforma o sistema portuário e prevê a licitação de 159 áreas em 25 portos brasileiros. Segundo o secretário do Sindicato dos Estivadores de Paranaguá, Oziel dos Santos Souza, os trabalhadores do porto paranaense vão participar da greve, caso aconteça mesmo uma paralisação nacional. A estiva é a maior categoria dentro do porto e conta com cerca de 800 pessoas.
Na última greve nacional, realizada em 22 de fevereiro, 900 trabalhadores cruzaram os braços em Paranaguá e aderiram à paralisação. Naquele momento, a mobilização, que durou das 7 horas às 13 horas, impossibilitou a operação de 16 navios. O porto paranaense conta com um total de 4,7 mil trabalhadores.
O anúncio da ''greve preventiva'' foi feito ontem, no Senado, pelo deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, presidente da Força Sindical, após encontrar o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), durante uma marcha empreendida por centrais sindicais em Brasília. Segundo Paulinho, a decisão da greve foi tomada na última terça-feira, após reunião das principais entidades representativas dos portuários.
''Eles perceberam que o governo está enrolando'', afirmou, sobre as tentativas de negociação. ''Para tudo, nada vai funcionar'', reforçou Paulinho, destacando que a greve começaria às 7 horas.
Os portuários são contra a medida provisória pois ela libera os terminais privados dos portos para contratar mão de obra sem as exigências impostas pelos sindicatos nos terminais administrados pelo governo, dentre outros pontos. (Com agências)