Os investimentos da Frimesa na maior indústria de carne suína da América Latina devem ampliar a demanda por animais, mas a tendência é de buscar produtores com escala e integrados, para garantir a rastreabilidade do produto. O diretor executivo da marca, Elias Zydek, diz que 100% da produção hoje tem certificado de origem e, por isso, não compra de criadores independentes.
A integração na cadeia paranaense de suínos chega a cerca de 80% hoje, de acordo com a Associação Paranaense de Suinocultores (APS). Zydek acredita que a tendência é atingir 100%, nos mesmos moldes do que já ocorre na avicultura estadual. "A produção de suínos no mercado aleatório é cada vez mais reduzida e o número de pequenos frigoríficos também tende a diminuir", diz.
O presidente da APS, Jacir Dariva, discorda. "No Sul do País, temos muitas pequenas empresas de embutidos, que são pequenos frigoríficos e que dependem desses pequenos produtores, então chegar a 100% de integração é muito difícil por aqui", cita.
Dariva acredita que a tendência é de aumento no número de cooperados, pela abertura do mercado, principalmente no Oeste do Estado. "Alguns produtores também vão aumentar o número de animais que criam, devido a incentivos de empresas e da cooperativa, mas acho pouco provável que cresça o número de criadores. Quanto menos pessoas envolvidas no processo, maior o controle de origem", lembra.

Renda
Dariva diz que o Estado tem número bem menor de frigoríficos em relação a Santa Catarina, por exemplo, que é a maior em abate do País, à frente de Paraná e Rio Grande do Sul. Por isso, acredita que há espaço para melhorar a rentabilidade dos produtores com os investimentos anunciados pela Frimesa.
Zydek considera que o aumento da renda será possível se considerada uma melhor produtividade do segmento. "Vai ganhar pela qualidade da carne que fornece e vai ter uma maior segurança no negócio pela venda garantida da produção, algo que o independente não tem." (F.G.)