No item custo da energia elétrica, indicador do pilar infraestrutura, o Paraná ficou em último lugar do ranking
No item custo da energia elétrica, indicador do pilar infraestrutura, o Paraná ficou em último lugar do ranking | Foto: Lis Sayuri/08-04-2015
Imagem ilustrativa da imagem Paraná fica em segundo no ranking de competitividade



Pelo segundo ano consecutivo, o Paraná ficou em segundo lugar no ranking nacional de competitividade realizado pelo Centro de Liderança Pública (CLP) em parceria com a Tendências Consultoria e a Economist Intelligence Group. São Paulo, também pela segunda vez, vem na primeira colocação. Dos dez pilares do estudo, segurança pública, eficácia da máquina e sustentabilidade ambiental foram os que garantiram as melhores notas ao Estado: 100, 99,6 e 96, respectivamente.
Consultor da Tendências Consultoria, Fábio Klein explica que os indicadores do estudo têm pesos diferentes, o que explicaria o fato de, por exemplo, o Paraná ter obtido nota 100 em segurança pública, sem ter conquistado a nota máxima em nenhum dos indicadores deste pilar. O estado ficou em 9º lugar nos indicadores segurança pessoal, segurança no trânsito e mortes a esclarecer. Apareceu em 6º em segurança patrimonial, em 7º em atuação do sistema de justiça criminal e, em 2º, no deficit carcerário
No pilar eficácia da máquina, o Paraná ocupou a 2ª posição nos quesitos porcentagem de servidores comissionados, custo do Executivo em relação ao PIB e custo do Legislativo em relação ao PIB. O custo do Judiciário do Estado é o 3º menor. Por outro lado, o Paraná não foi bem avaliado na eficiência do Judiciário e no índice de transparência, figurando em 11ª e 14ª posições, respectivamente.

NA OUTRA PONTA
As piores notas paranaenses foram nos pilares potencial de mercado (17º) e capital humano (9º). Taxa de crescimento do mercado foi o indicador no qual o Paraná se apresentou como lanterna (27º). O desempenho também não foi nada bom em potencial da força de trabalho (26º). A mão de obra paranaense é a 8ª mais cara.
Também chamam atenção negativamente o custo da energia elétrica, indicador do pilar infraestrutura, no qual o Paraná ficou em último lugar do ranking. E ainda na capacidade de investimento (pilar solidez fiscal) e previdência social (pilar sustentabilidade social). Em ambos os castos o Paraná ficou em 18º lugar.
"Em qualquer indicador, mesmo sendo baixa, a melhor nota original se transforma em 100", explica Klein. Por isso, segundo ele, mesmo com todos os problemas de segurança pública, o Paraná ficou com a nota máxima. Os demais estados, de acordo com o levantamento, estão piores neste quesito. O consultor explica que os dados da pesquisa são todos coletados de fontes oficiais. "São todos dados objetivos, nenhum foi criado por nós", afirma.
Klein diz que, neste ano, o segundo do ranking, o Paraná recebeu uma premiação especial, a de destaque internacional. "Procuramos reconhecer Estados que tiveram mais indicadores que atingiram notas iguais ou maiores que as medianas da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico)", conta.

ESTRANHEZA
Economista e consultor da Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil), Marcos Rambalducci ressalta "soar um pouco estranho" o fato de o Paraná ter obtido nota dez em segurança pública. "Temos de levar em conta que o estudo é comparativo. Há Estados em situação calamitosa", afirma.
Outro aspecto do estudo que causa estranhamento, na opinião dele, é a boa avaliação da máquina pública paranaense. "Não é tão boa assim, mas quando comparada com outras unidades da Federação está em melhor situação." Ele ressalta o fato de o Estado ter se destacado no pilar de sustentabilidade ambiental. "É interessante porque mostra que estamos crescendo sem comprometer os recursos para as gerações futuras." Rambalducci ressalta que o Paraná, conforme mostra o Estudo, vem apresentando melhores resultados em educação. Para o consultor, o fraco desempenho no pilar potencial de mercado requer melhor interpretação. "Somos um dos Estados que menos sofrem com a recessão", justifica.
O governador Beto Richa foi ontem a São Paulo participar do lançamento da nova edição do estudo. Por meio da Agência Estadual de Notícias (AEN), ele avaliou: "Essa posição que alcançamos, mais uma vez, demonstra os avanços conseguidos nos últimos anos no Estado".