O designer gráfico Dino Mata e a esposa Suelen estão enfrentando pela primeira vez o desafio da compra de materiais escolares. A lista do filho David, 3 anos, para a pré-escola veio mais extensa que o esperado e pegou os pais de surpresa. Eles estimam gasto superior a R$ 200 com os cerca de 50 itens listados. Para o pai, o início de ano ficou um pouco mais complicado.
"Tem muita coisa para pagar em janeiro, como seguro do carro e IPVA, mas minha esposa recebeu o salário e o filho é prioridade, então, vamos comprar o material e em fevereiro a gente vê como faz com as outras contas", afirma Mata. O casal é apenas um dos muitos que já correram para as livrarias de Londrina em virtude da antecipação do ano letivo. Com a Copa do Mundo, a rede pública inicia as aulas no dia 3 de fevereiro e algumas escolas particulares, ainda em janeiro.
Mas a correria em busca do melhor material não deve descartar a pesquisa de preços, essencial para quem quer economizar. Valores levantados pela reportagem da FOLHA mostram grande variação em itens mais caros, como cadernos e mochilas. Um caderno pequeno modelo brochura tem opções de R$ 0,39 até R$ 5. Já as mochilas contam com modelos que variam de R$ 29 a R$ 270.
Luciano Mendes, proprietário de uma loja especializada em materiais escolares, explica que as estampas licenciadas, aquelas de personagens e bichinhos de desenhos animados, são o que mais encarece o produto. Ele orienta os pais a fazerem as compras o mais rápido possível. "Quanto mais cedo vier é melhor para ter mais opções e evitar a correria", indica.
O coordenador do Procon em Londrina, Rodrigo Brum, ressalta que a pesquisa é essencial para evitar gastos desnecessários. "Observe que nem sempre os maiores estabelecimentos oferecem os melhores preços de toda a lista de materiais", orienta.
Para o casal Carla e Anderson Okada, a boa surpresa no início do ano foi a diminuição da lista de materiais da filha, Maria Eduarda, 7 anos, que irá cursar o 3º ano. "Tiraram coisas como massinha de modelar e outros brinquedos", explica a mãe. Mesmo assim, os gastos já atingiram R$ 200 e ainda falta escolher a mochila, item mais caro da lista. "A bolsa é mais ou menos o preço de tudo que já compramos", estima Carla.

Filhos
A operadora de caixa Elisamara Marques, de Ibiporã, aproveitou ontem seu dia de folga para vir a Londrina e encarar a lista de materiais do 4º ano do filho Samuel, 7 anos. Do ano anterior, ela diz aproveitar poucas coisas, apenas alguns lápis e canetas. Elisamara afirma não ter preguiça de fazer pesquisa para pagar menos. "Estou estimando um gasto de cerca de R$ 300 na lista dele e da minha filha mais nova. Tem que cortar outros gastos no início do ano", ressalta.
Para a mãe, levar o filho na hora da compra ajuda na escolha do material correto. No entanto, esta não é a recomendação do Procon. Brum diz que o certo é que os filhos não acompanhem as compras, para evitar gastos desnecessários. "A criança tende a escolher o item mais chamativo, influenciada pela publicidade, e os pais podem pagar mais caro pelo mesmo produto", alerta.

Imagem ilustrativa da imagem Pais já ‘encaram’ compras de material escolar



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